terça-feira, janeiro 25, 2011

Uma intervenção com endereço, hoje

Camaradas,
Uma calorosa e fraterna saudação a todos os que se empenharam nesta empolgante campanha, com uma referência particular ao camarada Francisco Lopes. O camarada certo para a candidatura e campanha indispensáveis-
Aolongo da campanha ((e dos muitos quilómetros) umas ideias e imagens se foram impondo: de um país doente e das eleições como termómetro.
O capitalismo sobrevive em pandemia, ligado à máquina financeira. Portugal é um corpo social frágil, fragilizado, atreito a todos os contágios e contaminações.
As massas, em luta de classes, são o único remédio. Assim o entendemos. As eleições são o termómetro.
Muito podemos aprender com a leitura destas eleições.
Os votos brancos (mais que triplicaram, 224%) e os nulos, os votos em Nobre e em Coelho são expressões de protesto, indignação, desorientação. Também a abstenção. Válvulas de escape...
Quantas centenas de milhar, que são povo, que são massas, ao nosso lado, atrás de nós, que nos queremos vanguarda, primeira linha da luta, quantos sem nos seguirem e em condições objectivas para o fazerem?
Que/como fazer?
Não fiz trabalho exaustivo mas, passando ao microscópio, vejo 3 concelhos em que subimos em relação às anteriores eleições homólogas - Ourém, mais 24%, Freixo de Espada à Cinta, de 45 para 53 votos, Arganil, de 239 para 581 votos, mais de 140% -, numa pequena freguesia, Ribeira do Fárrio - em que conseguimos um mandato nas últimas autárquicas - triplicámos os votos para a Presidência da República.
O inimigo de classe sai destas eleições fortalecido. Cavaco "descobriu" a injustiça da diminuição dos salários dos funcionários públicos. Preparemo-nos para a luta contra a reposição da "justiça" por via da extensão a todos os trabalhadores do que atingiu os trabalhadores da função pública, contra a facilitação e o embaratecimento dos despedimentos através da criação de um fundo a pagar pelos trabalhadores, contra o assalto ainda mais brutal às conquistas sociais, contra a "venda de activos" - expressão do novo velho Presidente da República.
Cada dia somos mais necessários na luta de massas para se construir uma sociedade outra, o socialismo.
Estamos em 25 de Janeiro. A luta continua! Nas condições que resultam do episódio de 23 de Janeiro.

8 comentários:

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
samuel disse...

Muito bem!
Como a "revolução" não é para amanhã... pelo menos até ao meio dia... temos muito que falar sobre o "que/como fazer"...
Sem pressas, mas também sem grandes intervalos para "descanso".

Abraço.

Maria disse...

Fazes tu próprio uma pergunta: que/como fazer?
Creio que esta pergunta nunca terá resposta. Já a fizemos dezenas de vezes e continuaremos a fazê-la.
Como capitalizar em nós, em termos de voto, o descontentamento das massas?
Como fazer entender que os alternantes têm a mesma política, e que o que nós precisamos é de uma política alternativa?
Tanto caminho ainda para andar...

Um beijo.

25/1/11 23:46

Ainda bem que voltei aqui. 'Troquei-me'...

Antuã disse...

Temos que prosseguir o caminho por mais pedregoso que seja.

João Henrique disse...

É no caminho da luta que nos encontramos, todos aqueles, que se batem diariamente por um Portugal mais justo, mais fraterno e melhor para os mais desfaforecidos.

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Continuar a luta a caminho do socialismo é um imperativo. Pode ser que, com o desenrolar da catástrofe, os nulos ,os brancos, os nobres e os alegres, comecem a ver mais longe.

Um beijo.

Carlos Henrique disse...

Não recorras a explicações de merceiro,nem dês esses três concelhos como exemplo de subida, porque comparados com as perdas de influência/votos das legislativas de 2009, onde o Partido obteve 446.994 votos, ou as presidênciais anteriores onde o Jerónimo obteve 466507 votos, esses resultados são absolutamente insignificantes e que apenas são utilizados para atenuar a onda de descontentamento que grassa na cabeça de milhares de militantes.

Os maus resultados eleitorais, é o reflexo da linha politica reformista que o Partido vem defendendo à décadas,em torno de propostas que não colocam o capitalismo em causa e não passam da defesa da "democracia" burguesa,que na sua maioria não se diferênciam das propostas do conjunto dos partidos da burguesia e sendo assim é natural que as massas não vejam as diferenças entre os partidos e os julguem de igual modo e se abstenham ou se refugiem no dito voto de protesto que se apresenta à esquerda das posições que o Partido tem vindo a defender.

São estas e outras questões, como por exemplo a defesa da Revolução Socialista e a Ditadura do Proletariado que o Partido abandonou, que tem que ser discutidas com a maior brevidade possivel, de outra forma é passarmos ao lado dos acontecimentos de maior relevância que a crise profunda do sistema económico capitalista nos está a colocar.

É preciso mostrar o cartão?

Um abraço
Carlos Henrique

Sérgio Ribeiro disse...

Carlos Henrique - Comecemos pelo fim: não tens de mostrar cartão nenhum! Só terias de me dizer se sim ou não eras militante. Se és militante, tens onde defender o que aqui me colocas. Ponto final.
Em conversa amena, digo-te, sem qualquer ambiguidade, que estou em desacordo contigo. Estou plenamente convencido que estamos a fazer o que é tarefa de um partido comunista, com os estatutos e o programa do nosso, e que apoio plenamente como é dever de todo o militante. Se não está de acordo com eles, defenda que mudem, se não conseguir mudá-los, respeite-os, ficando ou saindo.
Não avalio a nossa acção através de números de resultados eleitorais, embora eles devam servir para análise política séria, para o que chamo o termómetro das massas, cuja luta é a nossa.
É o que faço. Não escondo nada! Essa acusação é muito injusta, bem como a de "contas de merceeiro" quando pareces aceitar sem pestanejar as contas do inimigo (de classe).
Tivemos menos 165 mil votos que em 2006, só subimos em 10 concelhos, apenas em 10 concelhos fomos os primeiros. Dados para reflectir. E que não são positivos.
Como são para refectir os 224% de aumento dos votos brancos, como o são as válvulas de escape Nobre e Coelho, como o é o ambiente extraordinário que foi o desta campanha. Já faço campanhas, no terreno!, desde 1958 e, bem diferente!, desde 1975, e julgo não ter perdido a minha capacidade de avaliação.
Depois... bem, depois, há o tempo, o tempo que, para mim, cada vez ganha mais importância na avaliação das situações e sua evolução.
Por aqui me fico, por agora. Não porque considere tempo perdido responder-te, mas porque tenho muito mais que fazer... para tentar contribuir para as mudanças necessárias, urgentes. Ao serviço do partido que tomei. Da luta pelo socialismo, com a classe operária e todos os trabalhadores.