segunda-feira, maio 07, 2012

E agora, Grécia?, e agora, U.E.?, e agora, FMI?, e agora?

Esperávamos com particular interesse os resultados das eleições deste fim de semana. Não porque esperássemos que delas resultasse a mudança indispensável. Urgente. Pelos sinais que nos dariam do estado subjectivo das massas.
São cá umas avaliações nossas... Que não fruto de vocação para "jogar "à política" com números e cenários.
Da França, resultado esperado, talvez menos definido, menos marcado que previsto.O eleitorado votou pela mudança, contra a austeridade, o eixo franco-alemão e o troikismo. Mas por escassa diferença, por mais que os altifalantes ampliem a escassa diferença.
A confusão é grande. Qual a força que tem Hollande para (ou que obriga Hollande a ter) uma posição coerente com o que afirmou, e que o liberte dos compromissos partidários? Que nova ementa com uns ingredientes de crescimento e emprego a juntar ao prato forte da austeridade que a "cozinha alemã", ao serviço dos senhores da finança, exige. Embora com a clara necessidade de descomprimir um pouco.
E quanto a descompressão, os resultados gregos não vieram ajudar nada. Os desastres eleitorais do Partido Socialista (Pasok) e da Nova Democracia, somando ambos pouco mais de 30% (32,08%, e menos que a maioria absoluta de mandatos... apesar do bónus que quase duplicou os mandatos da ND), não conseguem sequer disfarçar a subida de quem se apresentou ao eleitorado contra a política troikenta, como traço de união, nalguns casos de sinais muito diversos.
A impressionante votação no Syriza (Frente Social Unida) e a subida dos fascistas, com o discurso anti-troika tem de fazer pensar em muito lugar e a muita gente.
  Como último destes breves comentários, um sublinhado para o já referido sistema eleitoral que fez com que um partido com 18,9% dos votos tivesse tido um bónus de 50 deputados passando a ter 36% dos mandatos, e só por 2 deputados não conseguiu a maioria com os 41 do Pasok!
Olha se os do Syriza têm mais 2,13 pontos percentuais! Seriam eles a ter 108 deputados, e a ter uma chave institucional de uma importância enorme pois, sozinho, o Syriza teria mais deputados que a ND mais o Pasok juntos!
Tempos complicados se aproximam. Com uma democracia difícil de orden(h)ar!
 

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

E agora, nós?
Temos que esperar para ver, não desistindo da luta,claro.

Um beijo.

GR disse...

Pesquisei o Sistema Eleitoral Grego:

"O sistema eleitoral da Grécia é de representação proporcional. O território nacional constitui uma circunscrição eleitoral única. Para o cômputo dos votos e a distribuição das cadeiras é aplicado o sistema de representação proporcional reforçado. Os eleitores não podem modificar a ordem dos candidatos nas listas."

Não entendo o "reforçado"!!!
Estou a ver-me grega para entender, o nosso SE, é mais democratico.

GD BJ,

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Graciete - Desistir da luta? Quem?!
E as eleições não são a luta!

GR - O "reforço" são 50 mandatos acrescidos ao partido mais votado.

Beijos