Em 2007, escrevi esta mensagem:
Terça-feira, Maio 08, 2007
8 de Maio - Dia da Vitória, da Europa, da Paz
Habituei-me, desde a escola primária, a celebrar o dia 8 de Maio como o Dia da Paz, ou da Europa, ou da Vitória. Por isso me custa ver ignorada a data referida ao ano de 1945.
Tanto assim que procurei no "aparelho de busca" que julgo mais eficaz as notações sobre a data. Fiquei perplexo. Havendo quase 5 milhões de notações sobre 8 de Maio (santo do dia: S. Vitor e dia do anjo Daniel...), procurei em 30 páginas, até às 300 notações e apenas numa, da Deutsche Welle, agência noticiosa alemã, encontrei algo que tinha a ver com o que procurava e que valia a busca. E tanto que transcrevo o início do artigo:
«Data da capitulação alemã, o dia 8 de maio de 1945 é de fundamental importância para a História mundial. Pesquisadores a comparam com a Reforma Protestante e a Revolução Francesa. Durante longo tempo, sua importância para a Alemanha do pós-guerra foi um tema controvertido. Nos últimos 20 anos, o questionamento sobre "libertação ou derrota dos alemães" foi substituído pela comercialização da memória da guerra e do Holocausto.
"Agora tremulam as bandeiras da liberdade sobre toda a Europa", anunciou o então presidente norte-americano Harry Truman, num pronunciamento transmitido pelo rádio no dia 8 de maio de 1945, após a capitulação incondicional dos alemães. A data marcou o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. "O mundo agora está livre do ditador Adolf Hitler", acrescentou Truman.»
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Se isto não dá que pensar é porque talvez já tenhamos perdido essa capacidade humana que nos têm vindo a amputar aos poucos, hora a hora, dia a dia, jornal a jornal, notícia a notícia, informação a informação (dada ou escamoteada).
8 de Maio - Dia da Vitória, da Europa, da Paz
Habituei-me, desde a escola primária, a celebrar o dia 8 de Maio como o Dia da Paz, ou da Europa, ou da Vitória. Por isso me custa ver ignorada a data referida ao ano de 1945.
Tanto assim que procurei no "aparelho de busca" que julgo mais eficaz as notações sobre a data. Fiquei perplexo. Havendo quase 5 milhões de notações sobre 8 de Maio (santo do dia: S. Vitor e dia do anjo Daniel...), procurei em 30 páginas, até às 300 notações e apenas numa, da Deutsche Welle, agência noticiosa alemã, encontrei algo que tinha a ver com o que procurava e que valia a busca. E tanto que transcrevo o início do artigo:
«Data da capitulação alemã, o dia 8 de maio de 1945 é de fundamental importância para a História mundial. Pesquisadores a comparam com a Reforma Protestante e a Revolução Francesa. Durante longo tempo, sua importância para a Alemanha do pós-guerra foi um tema controvertido. Nos últimos 20 anos, o questionamento sobre "libertação ou derrota dos alemães" foi substituído pela comercialização da memória da guerra e do Holocausto.
"Agora tremulam as bandeiras da liberdade sobre toda a Europa", anunciou o então presidente norte-americano Harry Truman, num pronunciamento transmitido pelo rádio no dia 8 de maio de 1945, após a capitulação incondicional dos alemães. A data marcou o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. "O mundo agora está livre do ditador Adolf Hitler", acrescentou Truman.»
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Se isto não dá que pensar é porque talvez já tenhamos perdido essa capacidade humana que nos têm vindo a amputar aos poucos, hora a hora, dia a dia, jornal a jornal, notícia a notícia, informação a informação (dada ou escamoteada).
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Assim acabei em 2007.
Hoje, 8 de Maio de 2010, repeti esforços de há 3 anos. Mais baldados. Mais irritados. Mais indignados!
É um autêntico assassínio da verdade histórica!
O que querem apagar, o que querem apagar é o dia 8 de Maio de 1945, o que querem fazer como se não tivesse acontecido é ISTO:
Querem apagar que foi a União Soviética, que foram os povos que derrotaram o fascismo!
8 comentários:
Sérgio, por falar em memória histórica e na sua veracidade, leia um pouco sobre a história relacionada com essa fotografia. Já fiz esta mesma recomendação a dois camaradas seus que partilham a blogosfera. Evita dissabores.
Nuno Vieira Matos - ... essa história que conhece e recomenda desmente a vitória do Exército Vermelho, a derrota do nazi-fascismo, a resistência do povo russo, dos povos tantas vezes traídos pelos seus governantes, as histórias propositadamente mal contadas ou silenciadas? De qualquer mdo, agradeço pistas de consulta...
Sérgio,
Para teres uma alegriazinha e porque há gajos novos que sabem, não esquecem e fazer por não deixar esquecer:
http://www.wfdy.org/2010/05/06/65-years-after-never-again-fascism-never-again-war/
Abreijos
Sérgio, em nenhum ponto desmenti. Apenas apontei a ironia de apelar à veracidade da memória histórica com essa fotografia. Em relação ao povo russo só tenho a agradecer por ter ajudado a corrigir o acordo entre Estaline e Hitler e ajudado de forma determinante a deitar abaixo o regime nazi.
Obrigado, Ana, não foi bem uma alegriazinha porque é sempre uma alegria ter a tua visita e a permanante confirmação de que há muita gente jovem a continuar caminhos de futuro.
Não é possível esquecer que morreram mais soviéticos (militares, civis, prisioneiros) do que entre todos os outros intervenientes na guerra ,incluindo alemães.
E a bandeira soviética foi a primeira a erguer-se sobre os escombros do nazifascismo.
Um beijo.
Pertenço a uma geração que se tornou adulta durante a II Guerra Mundial. Acompanhei com espanto e angústia a evolução lenta da tragédia que durante quase seis anos desabou sobre a humanidade. Desde a capitulação de Munique, ainda adolescente, tive dificuldade em entender porque não travavam a França e a Inglaterra o III Reich alemão. Pressentia que a corrida para o abismo não era uma inevitabilidade. Podia ser detida. Em Maio de 1945, quando o último tiro foi disparado e a bandeira soviética içada sobre as ruínas do Reichtag, em Berlim, formulei como milhões de jovens em todo o mundo a pergunta «Como foi possível?» Hitler suicidara-se uma semana antes. Naqueles dias sentíamos o peso de um absurdo para o
qual ninguém tinha resposta. Como pudera um povo de velha cultura, o alemão, que tanto contribuíra para o progresso da humanidade, permitir passivamente que um aventureiro aloucado exercesse durante 13 anos um poder absoluto. A razão não encontrava explicação para esse absurdo que precipitou a humanidade numa guerra apocalíptica (50 milhões de mortos) que destruiu a Alemanha e cobriu de escombros a Europa? Muitos leitores ficarão chocados a por evocar, a propósito da crise portuguesa, o que se passou na Alemanha a partir dos anos 30. Quero esclarecer que não me passa sequer pela cabeça estabelecer paralelos entre o Reich hitleriano e o Portugal agredido por Sócrates. Qualquer analogia seria absurda. São outros o contexto histórico, os cenários, a dimensão das personagens e os efeitos. Mas hoje também em Portugal se justifica a pergunta «Como foi possível?» Sim. Que estranho conjunto de circunstâncias conduziu o País ao desastre que o atinge? Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como Primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o Pais perante o Mundo? O descalabro ético socrático justifica outra pergunta: como pode um Partido que se chama Socialista (embora seja neo-liberal) ter desde o início apoiado maciçamente com servilismo, por vezes com entusiasmo, e continuar a apoiar, o desgoverno e despautérios do seu líder, o cidadão Primeiro-ministro? Portugal caiu num pântano e não há resposta satisfatória para a permanência no poder do homem que insiste em apresentar um panorama triunfalista da política reaccionária responsável pela transformação acelerada do país numa sociedade parasita, super endividada, que consome muito mais do que produz.
(…)
O cidadão José Sócrates tem mentido repetidamente ao País, com desfaçatez e arrogância, exibindo não apenas a sua incompetência e mediocridade, mas, o que é mais grave, uma debilidade de carácter incompatível com a chefia do Executivo.
Texto de Miguel Urbano Rodrigues
Nuno
O Vítor Dias respondeu-lhe brilhantemente no blogue dele. Releia essa resposta.
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