Há palavras e frases que são de ordem, como que a meterem-nos na ordem. Variam com as conjunturas e são esquecidas, ou recuperadas, consoante aquelas…
Agora, fala-se muito de poupança, e lembram-se frases que muito populares foram como «no poupar é que está o ganho» e «produzir e poupar». Embora esta menos porque, além de ter sido consigna salazarenta (de 1946, na saída da guerra, e quando se falava de crise…), produzir tem sido verbo abandonado, esquecidos que nos querem de que temos terra e mar e sol e outros recursos, que têm sido sistematicamente (pelo sistema…) desaproveitados na voragem da financeirização.
Agora poupar e poupanças andam por aí nas bocas do mundo…
Os rendimentos (individuais, familiares, empresariais ou nacionais) resultantes das actividades respectivas têm uma repartição: são para se trocarem por aquilo (as coisas materiais e imateriais) que satisfaz necessidades e para serem poupados. Ou seja, R=C(onsumo)+P(oupança) - ou S, de savings. Ora as poupanças – isto é, o que não foi consumido – podem tomar formas de mealheiro, “pé-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas… Em qualquer das suas formas, as poupanças são – sempre – o que sobrou do consumo.
Ora, se alguns rendimentos, salários, por exemplo!, são insuficientes para as necessidades que exigem (ou apelam ao) consumo, não sobram poupanças e pode, até, ter de se recorrer ao crédito (bancário ou outro), o que são poupanças negativas.
Em contrapartida, alguns rendimentos, também salariais mas outros das categorias económicas de lucros, juros ou rendas, podem ser bastantes de sobra para as necessidades dos seus individuais ou colectivos apropriadores e, nestes casos, sobram poupanças, por vezes tão avultadas que escandalosas. Para mealheiro, “pé-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas, em trânsito para aplicações que as multipliquem. Se possível…
Logo, quando se diz que um País, como conjunto de indivíduos, famílias, empresas, tem carência de poupanças não podem estar a referir-se, obviamente, aos indivíduos ou famílias que, nesse conjunto, têm rendimentos abaixo das suas necessidades (reais ou, tantas vezes, estimuladas por infrene publicidade e imitação) e, por causa desse aliciamento, contraíram poupanças negativas, ou das micro, pequenas e médias empresas que não têm lucros quanto mais dividendos e essas coisas. Só se poderia estar a falar daqueles (poucos) indivíduos e famílias e de empresas, ou grupos, a quem sobrou do que tiveram de consumir (e do muito que teriam consumido sem terem de) e, assim, dispõem de mealheiros, “pés-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas, em trânsito para aplicações que multipliquem o que sobrou dos consumos tantas vezes excessivos.
As ideias que andam por aí a preparar terreno, como as de se tornar meses de salários em dívida pública, isto é, em poupanças forçadas, ou outras sofisticadas modalidades, só podem ter algum sentido se se referirem aos que têm consumos excessivos e poupanças (efectivas e potenciais) por e/ou para aplicar!
Isto acho eu… mas sei também que estou a procurar sentido para o que não tem sentido nenhum, como é próprio deste sistema em que vivemos. E em que temos de lutar para viver!
Agora, fala-se muito de poupança, e lembram-se frases que muito populares foram como «no poupar é que está o ganho» e «produzir e poupar». Embora esta menos porque, além de ter sido consigna salazarenta (de 1946, na saída da guerra, e quando se falava de crise…), produzir tem sido verbo abandonado, esquecidos que nos querem de que temos terra e mar e sol e outros recursos, que têm sido sistematicamente (pelo sistema…) desaproveitados na voragem da financeirização.
Agora poupar e poupanças andam por aí nas bocas do mundo…
Os rendimentos (individuais, familiares, empresariais ou nacionais) resultantes das actividades respectivas têm uma repartição: são para se trocarem por aquilo (as coisas materiais e imateriais) que satisfaz necessidades e para serem poupados. Ou seja, R=C(onsumo)+P(oupança) - ou S, de savings. Ora as poupanças – isto é, o que não foi consumido – podem tomar formas de mealheiro, “pé-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas… Em qualquer das suas formas, as poupanças são – sempre – o que sobrou do consumo.
Ora, se alguns rendimentos, salários, por exemplo!, são insuficientes para as necessidades que exigem (ou apelam ao) consumo, não sobram poupanças e pode, até, ter de se recorrer ao crédito (bancário ou outro), o que são poupanças negativas.
Em contrapartida, alguns rendimentos, também salariais mas outros das categorias económicas de lucros, juros ou rendas, podem ser bastantes de sobra para as necessidades dos seus individuais ou colectivos apropriadores e, nestes casos, sobram poupanças, por vezes tão avultadas que escandalosas. Para mealheiro, “pé-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas, em trânsito para aplicações que as multipliquem. Se possível…
Logo, quando se diz que um País, como conjunto de indivíduos, famílias, empresas, tem carência de poupanças não podem estar a referir-se, obviamente, aos indivíduos ou famílias que, nesse conjunto, têm rendimentos abaixo das suas necessidades (reais ou, tantas vezes, estimuladas por infrene publicidade e imitação) e, por causa desse aliciamento, contraíram poupanças negativas, ou das micro, pequenas e médias empresas que não têm lucros quanto mais dividendos e essas coisas. Só se poderia estar a falar daqueles (poucos) indivíduos e famílias e de empresas, ou grupos, a quem sobrou do que tiveram de consumir (e do muito que teriam consumido sem terem de) e, assim, dispõem de mealheiros, “pés-de-meia”, depósitos em bancos, dividendos, reservas, em trânsito para aplicações que multipliquem o que sobrou dos consumos tantas vezes excessivos.
As ideias que andam por aí a preparar terreno, como as de se tornar meses de salários em dívida pública, isto é, em poupanças forçadas, ou outras sofisticadas modalidades, só podem ter algum sentido se se referirem aos que têm consumos excessivos e poupanças (efectivas e potenciais) por e/ou para aplicar!
Isto acho eu… mas sei também que estou a procurar sentido para o que não tem sentido nenhum, como é próprio deste sistema em que vivemos. E em que temos de lutar para viver!
3 comentários:
Pois é, mas parece que os primeiros a serem 'premiados' com esta 'poupança forçada' são exactamente os que vivem exclusivamente do trabalho por conta de outrem... e os reformados, e... os belmiros e amorins ficarão sempre a rir e a coçar a barriga.
Tenho aqui pano para mangas para ler... até já.
Poupar neste país não é possível. Se algum dinheiro pudermos colocar nos bancos depois das despesas com a nossa sobrevivência, ele irá reforçar o capital financeiro e especulativo e em nada beneficiará a produção.
É urgente mudar de política. Um beijo
Se tiveres o teu dinheiro em casa podes ser roubado ou não, se o tiveres no banco serás roubado todos os dias.
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