Terá sido V. Giscard d’Éstaing que terá dito que a política é a arte de gerir o imprevisível. Se não foi ele, podia ter sido um outro “artista” daquela escola e, se não foi bem exactamente assim, passa a ser…
O que é facto é há uns “artistas portugueses” que estão a exibir-se com tal virtuosismo que chega a espantar, embora provoquem pouca vontade de aplaudir!
Quantos meses passaram desde Outubro, desde o termo do ciclo eleitoral? A acompanhar o “espectáculo”, e a seguir o guião, a ideia com que se fica é que passou muito, muito tempo, e que houve grandes mudanças na área de actuação desses ditos “artistas”.
É verdade que nestes escassos meses, que nem a meio ano chegaram, muita coisa aconteceu de verdadeiramente excepcional, até de catastrófico, mas foi na natureza, com terramotos, cheias, vulcões em frenética actividade, sei lá que mais. Mas quando “eles”, na sua política de imagem, de espectáculo, vêm dizer que muito mudou no mundo, estão a referir-se a outras coisas, sobrenaturais, suas criações e adereços. Referem-se aos números, às estatísticas, aos projectos de investimento público, aos níveis de dívida pública, aos défices públicos (os orçamentais… que dos outros défices não falam “eles”!).
Tudo isto seria estranho e irrisório se não fizesse parte da “arte”. Esses números, estatísticas, contabilidades são apresentados (explicitamente ou não) como sendo o sustentáculo para a afirmação de que o mundo mudou nestes escassos meses. E os números, estatísticas, contabilidades são, apenas, representações da realidade que muda todos os dias, mas representações que são manipuladas e falseadas para se dizer que a realidade mudou… assim. Que mudou como manipulam e falseiam as suas representações.
A economia financeirizou-se demencialmente, os negócios – que já imperavam, imperialmente – fazem-se não com base em coisas materiais mas sem base nenhuma, no mundo ficcional da especulação, apareceram em cena uns intérpretes-surpresa, que são as agências de rating, que tratam os países como locais de passagem (ou casas de passe), e se tornaram no centro do espectáculo, na direita baixa do palco mexendo todos os cordelinhos, justificando o injustificável: a manipulação e o falseamento dos números e das estatísticas que (dizem...) representa(m) a(s) realidade(s). Como lhes convém e/ou lhes encomendam os clientes a pedir conselhos sobre locais e condições de aplicação de capitais financeiros de que dispõem, criam ou vão buscar aos Estados, capital sob a forma financeira em evidente excesso relativamente às necessidades materiais, da economia real, e de que têm a obsessão de multiplicar.
É por isso que os “artistas” dizem que o mundo mudou, talvez desde Outubro (ou nas últimas três semanas!), assim justificando tudo o que mudou no seu discurso, virado do avesso, tal como mandam os que mandam, ou julgam mandar, porque os que mandam mesmo mandam mostrando pouco a cara… às vezes mandando bocas (ouviram ontem o ti’Belmiro?).
Agora que o mundo muda, isso é verdade. Não é é assim. Será de maneira previsível que “eles” não poderão gerir, embora lá vão conseguindo adiar. Com grandes custos sociais. Mas a resposta está, sempre, nas nossas mãos. Porque o povo, lá bem no fundo da História, é mesmo quem mais ordena.
O que é facto é há uns “artistas portugueses” que estão a exibir-se com tal virtuosismo que chega a espantar, embora provoquem pouca vontade de aplaudir!
Quantos meses passaram desde Outubro, desde o termo do ciclo eleitoral? A acompanhar o “espectáculo”, e a seguir o guião, a ideia com que se fica é que passou muito, muito tempo, e que houve grandes mudanças na área de actuação desses ditos “artistas”.
É verdade que nestes escassos meses, que nem a meio ano chegaram, muita coisa aconteceu de verdadeiramente excepcional, até de catastrófico, mas foi na natureza, com terramotos, cheias, vulcões em frenética actividade, sei lá que mais. Mas quando “eles”, na sua política de imagem, de espectáculo, vêm dizer que muito mudou no mundo, estão a referir-se a outras coisas, sobrenaturais, suas criações e adereços. Referem-se aos números, às estatísticas, aos projectos de investimento público, aos níveis de dívida pública, aos défices públicos (os orçamentais… que dos outros défices não falam “eles”!).
Tudo isto seria estranho e irrisório se não fizesse parte da “arte”. Esses números, estatísticas, contabilidades são apresentados (explicitamente ou não) como sendo o sustentáculo para a afirmação de que o mundo mudou nestes escassos meses. E os números, estatísticas, contabilidades são, apenas, representações da realidade que muda todos os dias, mas representações que são manipuladas e falseadas para se dizer que a realidade mudou… assim. Que mudou como manipulam e falseiam as suas representações.
A economia financeirizou-se demencialmente, os negócios – que já imperavam, imperialmente – fazem-se não com base em coisas materiais mas sem base nenhuma, no mundo ficcional da especulação, apareceram em cena uns intérpretes-surpresa, que são as agências de rating, que tratam os países como locais de passagem (ou casas de passe), e se tornaram no centro do espectáculo, na direita baixa do palco mexendo todos os cordelinhos, justificando o injustificável: a manipulação e o falseamento dos números e das estatísticas que (dizem...) representa(m) a(s) realidade(s). Como lhes convém e/ou lhes encomendam os clientes a pedir conselhos sobre locais e condições de aplicação de capitais financeiros de que dispõem, criam ou vão buscar aos Estados, capital sob a forma financeira em evidente excesso relativamente às necessidades materiais, da economia real, e de que têm a obsessão de multiplicar.
É por isso que os “artistas” dizem que o mundo mudou, talvez desde Outubro (ou nas últimas três semanas!), assim justificando tudo o que mudou no seu discurso, virado do avesso, tal como mandam os que mandam, ou julgam mandar, porque os que mandam mesmo mandam mostrando pouco a cara… às vezes mandando bocas (ouviram ontem o ti’Belmiro?).
Agora que o mundo muda, isso é verdade. Não é é assim. Será de maneira previsível que “eles” não poderão gerir, embora lá vão conseguindo adiar. Com grandes custos sociais. Mas a resposta está, sempre, nas nossas mãos. Porque o povo, lá bem no fundo da História, é mesmo quem mais ordena.
1 comentário:
Vou comentar com uma reflexão tua.
"O Mundo há-de mudar mas não como "eles" querem.
Um beijo.
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