Quis acompanhar, em directo pela televisão, “o debate mais importante desta legislatura” (assim o disse – e bem – Bernardino Soares), a moção de censura apresentada pelo PCP com o título “O futuro do País comprometido pela política de direita”. Com algum malabarismo na gestão do tempo, consegui acompanhar quase todo o debate. Não todo porque tinha uma reunião em Lisboa…
Não obstante, para mim, ficou claro que, como afirmou Jerónimo de Sousa na abertura, “A censura não acaba com a votação que vamos assistir”.
Antes da votação, a censura (política) teve expressão institucional no debate, com todos partidos que não apoiam (formalmente) o governo a mostrarem, cada um à sua maneira, como a censura era merecida e oportuna, e em que o primeiro-ministro insistiu em duas trincheiras, como que glosando dois motes, o do “ataque dos mercados” e o da “estabilidade política”.
O “ataque dos mercados” tornou-se uma figura fantasmagórica, ficando por saber, segundo a versão socratiana (e não só), quem ataca quem e porquê.
A “estabilidade política”, nesta enorme instabilidade que se vive (ao que parece, apenas por causa dos… “mercados” e dos seus “ataques”), ter-se-ia tornado numa verdadeira chantagem por erigida em valor absoluto que a moção de censura que o PCP se atrevia a beliscar, fazendo Sócrates tábua rasa dos objectivos e considerandos da sua proposição, e apenas glosando o mote com a instabilidade somada ao custo de eleições resultante da eventual queda do governo, único objectivo que parece conhecer de moções de censura.
No entanto, mesmo quanto ao resultado da votação, reitero a ideia do grande significado político do resultado de uma moção de censura em que apenas os deputados do partido do governo, e que são minoritários, estiveram contra e o governo não caiu por se terem abstido os deputados do PSD e do CDS-PP, com quem o PS tem partilhado a responsabilidade da política de direita.
Duas únicas notas:
• Falhou totalmente a tentativa de censurar a moção de censura.
• A frase que mais me divertiu foi a do presidente do GP do PS, dirigindo-se ao PCP: “Um partido que não compreendeu como o mundo mudou de 1917 até hoje”. Ao que leva o desnorte… ou, benevolentemente, a incompreensão do que se passou de há dias para cá!
Não obstante, para mim, ficou claro que, como afirmou Jerónimo de Sousa na abertura, “A censura não acaba com a votação que vamos assistir”.
Antes da votação, a censura (política) teve expressão institucional no debate, com todos partidos que não apoiam (formalmente) o governo a mostrarem, cada um à sua maneira, como a censura era merecida e oportuna, e em que o primeiro-ministro insistiu em duas trincheiras, como que glosando dois motes, o do “ataque dos mercados” e o da “estabilidade política”.
O “ataque dos mercados” tornou-se uma figura fantasmagórica, ficando por saber, segundo a versão socratiana (e não só), quem ataca quem e porquê.
A “estabilidade política”, nesta enorme instabilidade que se vive (ao que parece, apenas por causa dos… “mercados” e dos seus “ataques”), ter-se-ia tornado numa verdadeira chantagem por erigida em valor absoluto que a moção de censura que o PCP se atrevia a beliscar, fazendo Sócrates tábua rasa dos objectivos e considerandos da sua proposição, e apenas glosando o mote com a instabilidade somada ao custo de eleições resultante da eventual queda do governo, único objectivo que parece conhecer de moções de censura.
No entanto, mesmo quanto ao resultado da votação, reitero a ideia do grande significado político do resultado de uma moção de censura em que apenas os deputados do partido do governo, e que são minoritários, estiveram contra e o governo não caiu por se terem abstido os deputados do PSD e do CDS-PP, com quem o PS tem partilhado a responsabilidade da política de direita.
Duas únicas notas:
• Falhou totalmente a tentativa de censurar a moção de censura.
• A frase que mais me divertiu foi a do presidente do GP do PS, dirigindo-se ao PCP: “Um partido que não compreendeu como o mundo mudou de 1917 até hoje”. Ao que leva o desnorte… ou, benevolentemente, a incompreensão do que se passou de há dias para cá!
2 comentários:
Esta moção de censura foi uma oportuna censura à política deste governo e mostrou-nos realmente quem está com ele.Foi, de facto uma grande CENSURA a esta política comandada pelos donos do mundo que cada vez mais nos arruína( e não só a nós).
Um beijo.
O presidente do GP do PS precisa de passar por Felgueiras.
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