Vivemos tempos de gestores imaginativos, cotadíssimos (na Bolsa e nas suas bolsas pessoais e corporativas), excelentemente capacitados (quase todos com passagem por universidades dos States), muito CEO e coisas dessas. E, naturalmente, muito bem remunerados ao dia, ao nível de anos e décadas de salários mínimos, cujos são regateados ao centavo, desculpem, até ao cêntimo, e sempre em risco de serem trocados por bem pouco seguro subsídio de desemprego (tivessem, os potenciais desempregados, feito um seguro…).
São, esses nossos contemporâneos a que se dá o (in)devido valor, sabedores até à exasperação, perdão, até à exaustão, de técnicas de multiplicar capital-dinheiro mesmo que não tenha qualquer base material como, em tempos outros, houve quem multiplicasse pão e vinho sem ter de usar farinha e pisar uvas; são expert(o)s com enorme competência na movimentação dentro da área, aliás única e pequena, em que se mexem (oh!, se mexiam), a das arquitecturas – mais que engenharias – financeiras. Verdadeiros "pontas de lança"...
Quase todos passaram por empresas públicas e contribuíram decisivamente para que elas deixassem de ser públicas, fazendo algumas transitar por situações de reserva de (como é que isto se diz?) golden-shares por parte do Estado, isto é, por parte de nós, cá da gente todos. Quota-parte de ouro falso uma vez que não serve para nada, ao que parece, mas que serve de passagem de nível sem guarda, e para colocações privilegiadas de traficância político-partidária, além de justificarem (?) prémios chorudos (para eles).
Não que tenhamos alguma coisa contra quem faz pela sua vidinha, embora muito tenhamos contra quem o faz por forma a que outros nem vidinha possam ter. E o facto é que, pedindo emprestado ali, investindo aqui (quase nunca…), pedindo mais emprestado acolá para pagar os juros de ali, e assim sucessivamente, lá se vai engenhocando, ou seja, arquitecturando, amarinhando, aranhando uma teia que, na sua fragilidade, pode romper num ou noutro fio ou troço mais fragilizado, embora “eles” se tenham decerto precavido estando sempre a salvo, com as savings que foram acumulando e, curiosamente, metamorfoseando em capitais-coisas-nada-fictícias, bem materiais, os capitais-dinheiros-fictícios com que praticaram todas as suas artes e manhas.
O facto é que, às tantas, provocaram endividamentos até aos gorgomilos, não aos seus mas aos das empresas que genialmente geriram e gerem, cada vez mais conceituados e conceituosos e untuosos, contribuíram para acréscimos brutais da dívida total do Estado – que a acresce com a dívida pública para, claro, os ajudar na sua clarividente dinâmica financeira –, e lá tem de se pedir (o que é uma maneira de dizer…) o sacrifício aos que vivem cá por baixo, pelos rés-do-chão, e pelas caves dos altos edifícios que construíram, e onde habitam, vivendo em suites lá dos andares de cima que compraram com os trocos com que os patrões generosamente lhes pagaram.
São, esses nossos contemporâneos a que se dá o (in)devido valor, sabedores até à exasperação, perdão, até à exaustão, de técnicas de multiplicar capital-dinheiro mesmo que não tenha qualquer base material como, em tempos outros, houve quem multiplicasse pão e vinho sem ter de usar farinha e pisar uvas; são expert(o)s com enorme competência na movimentação dentro da área, aliás única e pequena, em que se mexem (oh!, se mexiam), a das arquitecturas – mais que engenharias – financeiras. Verdadeiros "pontas de lança"...
Quase todos passaram por empresas públicas e contribuíram decisivamente para que elas deixassem de ser públicas, fazendo algumas transitar por situações de reserva de (como é que isto se diz?) golden-shares por parte do Estado, isto é, por parte de nós, cá da gente todos. Quota-parte de ouro falso uma vez que não serve para nada, ao que parece, mas que serve de passagem de nível sem guarda, e para colocações privilegiadas de traficância político-partidária, além de justificarem (?) prémios chorudos (para eles).
Não que tenhamos alguma coisa contra quem faz pela sua vidinha, embora muito tenhamos contra quem o faz por forma a que outros nem vidinha possam ter. E o facto é que, pedindo emprestado ali, investindo aqui (quase nunca…), pedindo mais emprestado acolá para pagar os juros de ali, e assim sucessivamente, lá se vai engenhocando, ou seja, arquitecturando, amarinhando, aranhando uma teia que, na sua fragilidade, pode romper num ou noutro fio ou troço mais fragilizado, embora “eles” se tenham decerto precavido estando sempre a salvo, com as savings que foram acumulando e, curiosamente, metamorfoseando em capitais-coisas-nada-fictícias, bem materiais, os capitais-dinheiros-fictícios com que praticaram todas as suas artes e manhas.
O facto é que, às tantas, provocaram endividamentos até aos gorgomilos, não aos seus mas aos das empresas que genialmente geriram e gerem, cada vez mais conceituados e conceituosos e untuosos, contribuíram para acréscimos brutais da dívida total do Estado – que a acresce com a dívida pública para, claro, os ajudar na sua clarividente dinâmica financeira –, e lá tem de se pedir (o que é uma maneira de dizer…) o sacrifício aos que vivem cá por baixo, pelos rés-do-chão, e pelas caves dos altos edifícios que construíram, e onde habitam, vivendo em suites lá dos andares de cima que compraram com os trocos com que os patrões generosamente lhes pagaram.
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4 comentários:
E, apesar de tudo, ainda se criticam as nacionalizações de Vasco Gonçaçves. Que saudades desse tempo!!! O futuro sorria-nos!
E agora, com estes vampiros todos à solta? Que será de nós?
Mas dia 29 lá estaremos na luta e nos dias seguintrs continuaremos.
Um beijo e um óptimo debate logo à noite, em Viana do Castelo.
Crónica de crítica clara e corrosiva!Concordo:)))
Como sempre.
Olha que não está nada mal visto, não senhor...
Abraço.
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