Protestos não se calam
nas Honduras
Os estudantes hondurenhos vão prosseguir os protestos contra a privatização da educação, levados a cabo desde há duas semanas. Nas acções desta segunda-feira, os alunos do secundário ocuparam vários estabelecimentos na capital, Tegucigalpa, e reiteraram que não aceitam a política do executivo para o sector.
As autoridades suspenderam, entretanto, a aplicação do decreto que prevê a entrega do ensino público à lógica do lucro, mas os estudantes acusam o governo e a maioria que o suporta de manterem a discussão da norma no parlamento com o objectivo de a recuperarem.
«Se pretendem calar-nos com pressões estão enganados. Vamos manter a nossa posição até que anulem a lei», expressou a estudante Sara Ávila à Telesur, aludindo à declaração do presidente, Porfirio Lobo, que, a semana passada, ordenou à polícia o encerramento das escolas onde «os alunos não queiram ter aulas».
Para além de rejeitarem a privatização, os discentes exigem ainda aumentos nos subsídios de transporte e garantias de segurança nos centros educativos.
Contra a impunidade
A luta dos estudantes do ensino secundário recrudesce quando, entre o povo hondurenho, se consolidam as reivindicações do fim da impunidade, da defesa da reparação das vítimas do golpe de Estado de 28 de Junho de 2009, e da libertação dos presos políticos.
Ainda no passado dia 28 de Julho, cerca de 10 mil pessoas marcharam em Tegucicalpa pela concretização desses objectivos, iniciativa de massas que ocorreu no dia em que se cumpriram dois anos e um mês sobre a intentona que derrubou o então presidente do país, Manuel Zelaya.
Junto à sede local da ONU, onde terminou o protesto, Zelaya, acompanhado por dirigentes da Frente Nacional de Resistência Popular, entregou uma carta aos representantes das Nações Unidas exigindo o envio de uma equipa que investigue as violações dos direitos humanos e a repressão que se tem abatido sobre a população nos últimos dois anos.
(in avante!)
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