Angela Merkel está a ser pressionada para não concretizar a compra de obrigações dos países da zona euro pelo “Fundo de Estabilidade Europeu”, segundo acordadoa na chamada “reunião de emergência” de 21 de Julho.
Membros dos partidos que compõem a coligação governamental, os conservadores da CDU/CSU e os liberais do FDP, rejeitam as medidas anunciadas, que incluem a compra de dívida, a concessão de empréstimos a países em dificuldades e a recapitalização dos bancos de alguns Estados. Para além da posição interna alemã, a oposição é muito forte relativamente à decisão do Banco Central Europeu de compra títulos da dívida emitidos pela Espanha e pela Itália.
Os liberais, que segundo as sondagens cairam de 14% para 3% em apenas dois anos, são os maiores opositores das medidas de apoio ao euro, e o seu líder parlamentar afirmou ontem que o Bundestag deverá pressionar para que sejam feitas emendas ao pacote acordado em Julho, de modo a evitar que a zona euro se transforme numa mera “união de transferência” de dinheiro da Alemanha para outros países.
Também o seu secretário-geral (Lindner) criticou a decisão do BCE de comprar obrigações dos países periféricos, uma vez que, na prática, isso corresponderia a uma transferência da responsabilidade da dívida destes países para os contribuintes das maiores economias da zona euro, em particular os alemães. "O BCE não se pode tornar num agente comprometido em discussões políticas sobre a estabilidade da zona euro”, disse, apoiando as críticas nesse sentido que também foram expressas pelo banco central alemão.
(Ah!, não pode?)
A direcção dos conservadores da CDU, partido de Merkel, referiu a necessidade de realização de uma "conferência partidária de emergência" sobre as medidas acordadas pelo governo nos últimos dias, afirmando que "o partido tem o direito de participar em decisões tão importantes" como as que a chanceler está a tomar.
Estas críticas surgiram, agora, dois dias depois de Merkel e Sarkozy terem emitido um comunicado conjunto em que apelam a uma "rápida aprovação parlamentar" das medidas acordadas em Julho.
Com a eventual votação contrária dos deputados do FDP (como seria o caso se o CDS não acompanhasse uma qualquer posição do PSD), a aprovação destas medidas pela Alemanha está em sério risco.
Estas críticas surgiram, agora, dois dias depois de Merkel e Sarkozy terem emitido um comunicado conjunto em que apelam a uma "rápida aprovação parlamentar" das medidas acordadas em Julho.
Com a eventual votação contrária dos deputados do FDP (como seria o caso se o CDS não acompanhasse uma qualquer posição do PSD), a aprovação destas medidas pela Alemanha está em sério risco.
2 comentários:
E se a «Europa» está em crise, nada como agravar ainda mais a crise para garantir os interesses dos mais poderosos.
Para o caso não importa se foi esta manhã ou ontem, mas nem queria acreditar no que estava a ouvir... O ministro das finanças alemão (representante dos interesses do grande capital alemão e europeu) anunciava a proposta (imposição) de novas regras de rigidez formal e apropriação da soberania política dos (outros) países (da períferia, é claro!). Nem faltou a velha lenga-lenga da comissão independente para afastar os políticos das decisões de políticas económicas... Para além de estar mentir, em matéria de independências políticas, é caso para desconfiar se estamos perante uma comédia (de humor negro!) sobre os nossos dias e as nossas vidas...
Mas porra! o sr. ministro alemão (poderia ser o «nosso» Vitor Gaspar) falava das nossas vidas!
Ah! Já me esquecia... é que a causa para tudo isto é da despesa pública... Mas da despesa pública que resultou da luta dos trabalhadores e dos povos, porque aumentar o endividamento dos Estados para financiar a banca ou outros grandes grupos económicos, é despesa pública da boa...
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