Destaques na estatística (INE)

Depois de, no dia de ontem, a "informação à comunicação social do INE" - destaques - ter divulgado números da evolução do PIB, em "estimativas rápidas" que anotam que a taxa de variação homóloga, para o 2º trimestre, foi de -0,9%, agravando o valor do 1º trimestre que fora de 0,6%,

hoje foi o dia da informação sobre a evolução do desemprego, com números aparentemente animadores, ou possibilitando alguma (re)animação, pois, em relação ao trimestre anterior, teria havido uma melhoria de 0,3 pontos percentuais, passando de 12,4% da população activa para 12,1%. Ao que, naturalmente, a comunicação social deu eco.

Três notas:

• No mesmo trimestre em que a queda do produto teria sido tão marcada (-0,9% em relação ao trimestre homólogo de 2010 e acréscimo de 0,3 p.p. negativos relativamente a idêntica variação do trimestre anterior), a diminuição do desemprego é algo contraditória, para mais com um aumento da "população activa" de 0,2% e um aumento da "população empregada" de 0,6%;
• A alteração, desde o 1º trimestre deste ano, da metodologia de cálculo da taxa de desemprego levou a que se deixe de referir a variação homóloga - isto é, em relação à taxa de desemprego de igual trimestre do ano anterior, que foi de 10,6% -, o que prejudica muito a avaliação da evolução, até porque o indicador taxa de de desemprego tem uma forte influência sazonal;
• As taxas de desemprego relativas à Região Autónoma da Madeira revelam um acréscimo significativo após a nova metodologia ( +5,4 p.p. entre os trimestre homólogos) o que contraria a evolução positiva sublinhada no destaque  (-04, p.p. entre os trimestres consecutivos, do 1º para o segundo de 2011).