Este governo vai “fazer história”.
Os seus progenitores conceberam-no não em amor, mas em desespero.
Não foi um acidente, mas está a ser um desastre.
Era o que havia à mão, porque o que estava na mão já não servia, embora ainda tivesse servido para deixar testamento em memorandos e entendimentos. E os seus herdeiros ficaram cheios de compromissos que assumem sem pestanejar, embora com resmungos laterais para eleitor ouvir e ver.
As entradas deste governo foram de tropeção. Desde logo, porque se formou querendo dar uma imagem de coisa nova e nunca vista quando a política encarregada de prosseguir já tem barbas brancas, ralas e sujas, como o ilustra uma coisa em que pegaram sem luvas nem pinças, mas com as mesmas manápulas com que vai para vinte anos se mexe e que tão mal tresanda: o BPN, de que o padrinho Cavaco nunca se poderá separar, e menos ainda quando se recolhe à Praia da Coelha, ao tugúrio do “grupo de malfeitores”, a chamada (e não por “nós”) aldeia do Cavaquistão.
Escorado o primeiro na leitura da "fenomenologia do ser", livro que Sartre não teria (nem ninguém) escrito, formou-se o governo com algumas luminárias e surpresas para “épater le bourgeois”.
Eles (o Pedro e o Paulo) lá cozinharam a partilha e saíu aquilo. De que se começam a ter sinais pessoais ou personalizados, alguns verdadeiramente surpreendentes (ainda nos surpreendemos...).
Vou fixar-me nos dois da área das economias e finanças.
O Álvaro (obrigadinho pela liberalidade…) e o dr. Vitor Gaspar são dois cromos. De diferentes colecções. Mas que numa coisa coincidem. Parecem estar ambos mesmo convencidos que antes deles era o dilúvio e que vieram endireitar a barca.
Cada um à sua bem diferente maneira sonsa, os dois são exemplares de um "auto-dom-sebastianismo" acrisolado. A História de Portugal (e a outra?!) vai começar com eles.
Como escrevi noutras páginas, a propósito do da economia-e-etc., este parece um fulano que, por saber conduzir bem em estradas e auto-estradas, convencido talvez que elas (como o resto) já faziam parte da paisagem ou tinham lá sido colocadas por gente inepta e inapta que ele tem a missão de corrigir (pelo que manipula do instrumental estatístico), se atreve a meter-se num fórmula 1,disposto a acelerar como se soubesse melhor do que ninguém o que não leu e outros estudaram o funcionamento, os seus motores, as suas contradições, o seu lado humano (que não é despiciendo…).
Ah!, e com o desplante de fazer o que denunciou, escandalizado, nos antecessores mas que, feito por ele, tem a evidente justificação de serem opções suas, escolhas de super-pessoas para o seu super-ministério de que é super-ministro. Não se enxerga!
Sobre o dr. Vítor Gaspar que, com aquele ar, me parece vi(tor)perino, ou me engano muito ou vamos tê-lo a afirmar a sua já confessada ideologia de forma bem agressiva. Até porque, à sua maneira (repito), também não se enxerga.
4 comentários:
São "animais amestrados", marionetes ao serviço do sistema, e nem dão por isso!Mas nem assim merecem qualquer respeito ou piedade, porque são implacáveis e cruéis, arrogantes e mesquinhos!E muito mais coisas que não digo...
São dois cromos de diferentes colecções mas da mesma família...
Um abraço grande.
Aquilo mais parece uma loja de bicharada exótica...
Abraço.
Há ou não há, sempre, um PSeguro de vida que olha por eles e pelos mandantes deles? Já lá vão 35 anos!
Abraço
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