segunda-feira, agosto 22, 2011

«Crise e Transição Política: Metabolismo Social e Material»

Do livro de Rui Namorado Rosa, a ser lançado na Festa do Avante!, já aqui se transcreveram dois trechos (e de mais se fará o mesmo).
O último foi o começo de um capítulo, O planeta Terra tem uma história, em que autor abunda na sua pedagógica explicação de que a transformação de que o ser humano é agente sobre o planeta tem retroactividade da parte deste, e impõe limites de que o ser humano tem de ter consciência. E sublinha que se trata de uma "questão de eficiência da formação social", sendo, no limite, uma "questão de sobrevivência da espécie humana".

Ilustrando a quota parte de responsabilidade da formação social, pela sua super-estrutura de classe, bem diferente foi a posição do secretário de Tesouro dos Estados Unidos na abertura da Conferência que, em 1944, 44 países promoveram com o objectivo de discutir o funcionamento da economia no pós-guerra, em Bretton Woods, e de onde saíu o FMI e do BIRD, e o sistema monetário internacional basado no padrão ouro/dólar, na relação 35US$=1 onça de ouro, e na sua convertibilidade (que se manteve até 15 de Agosto de 1971, e que terminou por decisão unilateral dos EUA, não tendo sido substituído por qualquer outro sistema monetário internacional).

Disse então esse (ir)responsável que se estava a criar "uma economia mundial dinâmica, na qual os povos de cada nação terão a possibilidade de realizar suas potencialidades em paz e de gozar mais dos frutos do progresso material, numa Terra abençoada por riquezas naturais infinitas".

Por detrás destas belas palavras (como falsas e carregadas de ideologia reaccionária), estava o interesse dos Estados Unidos em garantir o "livre comércio", sem barreiras para os seus produtos, num momento em que era o único país “ocidental” em condições de dele beneficiar.

Passaram 67 anos. Tantos e apenas!

2 comentários:

samuel disse...

...e a única "riqueza natural infinita", afinal, parece ser a credulidade de milhões de seres humanos e a resistência activa ao conhecimento de outros tantos.
Esse é que tem sido o grande negócio...

Abraço.

GR disse...

Como foi possível naquela altura (como hoje) terem deixado que se concretizasse?
Quando sabemos (sempre assim foi) a única riqueza é, o trabalho do Homem e só este consegue orientar a mudança com a Natureza.
Não sei se fui perceptível.

Bjs,

GR