sexta-feira, agosto 26, 2011

'Inté cega tanto brilho!

no económico.online tropeça-se nesta coisa:

«Mentes brilhantes
acreditam que o euro vai sobreviver
Eudora Ribeiro
26/08/11 15:58
__________________







Mundell diz que a Europa tem de ir no sentido de
"qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa".


As mentes mais brilhantes do mundo, no que a economia diz respeito,
acreditam que a zona euro vai sair mais forte da actual crise.

Em nova semana de tensão nos mercados, com os elevados endividamentos dos países europeus e Estados Unidos no horizonte, 17 economistas galardoados com o prémio Nobel reuniram-se esta semana em Lindau, no sul da Alemanha, para discutir a disciplina orçamental.

Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, e os canadianos Myron Scholes, galardoado em 1997, e Robert Mundell, vencedor do Nobel em 1999, foram alguns deles.

Os génios da economia acreditam que a zona euro não só vai resistir à actual crise de dívida, como sair fortalecida da actual turbulência. Contudo, em caso de dissolução do bloco, estas mentes brilhantes consideram que faria mais sentido que a "toda poderosa" Alemanha e não apenas a Grécia deixassem de usar o euro.

"Não creio que o euro esteja à beira do colapso", afirmou Mundell, citado pela Reuters, acrescentando que a Europa precisa de ir no sentido de "qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa".

Já para Edward Prescott, economista norte-americano que recebeu o Nobel em 2004, "é preciso haver uma crise real antes de se terem reformas", e, perante uma verdadeira crise, "não é suficiente usar pensos-rápidos".

Apesar dos protestos que se fizeram sentir no ambiente que rodeou o encontro entre os génios do mundo da Economia, com cartazes a exibirem mensagens como "O mundo não está à venda", Prescott desdramatiza o cenário da crise. "Estou optimista. A Europa tem de se reformar. Eles vão sentar-se, acordar e implementar reformas. E depois a Europa vai crescer e ultrapassar os Estados Unidos", acredita o Nobel em 2004.

Contudo, em caso de problemas maiores, Joseph Stiglitz, notou que "está a emergir um consenso entre os economistas que aponta no sentido de que seria melhor em termos de complexidade contratual que fosse a Alemanha a abandonar o euro em vez da Grécia". Uma possibilidade que Angela Merkel, a chanceler alemã, voltou hoje a descartar. "O euro é bom para a Alemanha", disse a governante alemã.

Mas não é só neste ponto que Stiglitz e Merkel discordam. Para o Nobel da Economia, as 'eurobonds' são uma opção "quase indispensável" para superar a crise. Mas em Berlim quase ninguém gosta da ideia.»

-------
Perante tanto brilho, que vai desde o "penso-rápido" até a "qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa" (esta pelo "génio das zonas monetárias óptimas"), um comum mortal  fica embasbacado, ofuscado, aparvalhado. Tanto rigor, tanta "ciência" ao serviço da ideologia de mercado. É só marketing. E quem é que paga? 17 vezes quantos euros de senha de presença e mais estadia e boas refeições... ao nível de génios.
Se o ridículo matasse até os "génios imortais" morriam mais cedo.

2 comentários:

Ricardo O. disse...

Já agora... que multinacional da «energia» financiou tanta iluminação? Será que foi a degradação dos salários e o agravamento do tempo de trabalho (de sobretrabalho) que financiou tão «brilhantistas» conclusões?

Hoje à nossa dimensão ouvi na rádio (ainda) pública outras brilhantes mentes a iluminarem o futuro dos portugueses. O tema era as empresas municipais, multimonicipais e etc. Não nego, muito menos desvalorizo, a existência de abusos, compadrios e clientelismos nos porjectos de muita empresa (ou não terão sido criadas, na sua maioria, por representantes do poder que controla o sistema?). Mas porra! Então o critério para a existência de uma empresa municipal (de âmbito municipal e criada, directa ou indirectamente por municipios) é ser rentável (dar lucro)? Então o financiamento extra-taxas não poderá fazer parte do financiamento normal de determinadas funções de modo a satisfazer determinadas necessidades? O facto das empresas municipais terem administrações da confiança política das autarquias é um abuso de poder? Então quem representa os interesses (bem ou mal) do accionista? Não são os executivos camarários? E nas ditas «boas» empresas não se passa o mesmo?

Será que tanto brilhantismo cega-nos ou é utulizado para nos cegar?

samuel disse...

Estas mentes "brilhantes" é que deveriam ocupar os ministérios. Só o que se pouparia em iluminação...

Abraço.