sexta-feira, agosto 19, 2011

Reflexões lentas (e longas... em auto-crítica)

Não tinha grande “fé” na iniciativa em Montemor. Meio de Agosto, equipas portuguesas nas “Europas”.... Mas, à última hora, antes de sair de casa, resolvi… preparar-me. Revi as apresentações em “power-point”, recortei daqui e dali e montei de novo.
E errei!
Quis tornar tudo mais fácil, mais acessível, e tirei o que não devia ter tirado, inclui o que anda às voltas por dentro do meu Excel, e saiu uma “excelente” salada.
Sentiu-o enquanto ia expondo, e comprovei-o na viagem de regresso, em auto-crítica a dois.

Ao excluir a habitual parte inicial, a clara definição do que é economia – necessidades, recursos, trabalho –, arranquei com as questões propostas, procurando, com esse ponto de partida, trazer ao de cima o que tem de ser definido, e fiquei pendurado, com os pezinhos a dar a dar, em fórmulas que começo a dominar – e quero testar – mas que exigem muito preparação e (talvez) (de)formação profissional e vocação.
Foi uma hora de “lição de economia” a quem de economia sabe pouco, e o que sabe é perverso porque aprendido nas dificuldades quotidianas, em contraponto e contradição com a informação ideológica (de classe!), deformadora, falsificadora, manipuladora e outras coisas acabadas em "ora", como invasora e desumanizadora.
No entanto, não é assim que… vou lá, ao que quero ir. E por isso vou. Sempre!
Tão embrenhado, cá por dentro, em o contributo de Marx para o marxismo, esqueço, ou não valorizo, a comunicação minha, agora e hoje, e sobretudo com/a quem.
Comecei bem a “viagem”. Passando do

a
A Luta Política
e as suas frentes
*
- A luta institucional
- A luta de massas
- A indispensável articulação

para “entrar” nas
e em
A luta de massas
e a luta ideológica
- a (in)formação indispensável

Até aqui, tudo bem. Desde que em tópicos. Depois, é que começou a embrulhada, porque, em vez de ir ao tripé de base – necessidades, recursos, trabalho – avancei logo pelas fórmulas.
Primeiro, relativamente acessíveis (ou facilmente explicáveis):
A seguir é que foram “elas”! Foram várias (algumas de minha “invenção” recente), e deixo um exemplo:
Eu não tinha a intenção de as explicar, apenas queria apontá-las, “dar conta de” que tem de haver desenvolvimentos… mas, como me dizia quem partilhou a auto-crítica (e o resto), só mostrá-las assusta e desvia da comunicação que deveria ser o objectivo.
Queria apontá-las, como passos para se chegar a outras fórmulas, elas (talvez) susceptíveis de paragem e alguma explicação, porque levam às situações de injecção de capital-fictício e, sobretudo, de intensificação da exploração, que não pode ser substituída pela especulação.
Claro que foi demais! Que foi inadequado!
E, não satisfeito, ainda avancei, para terminar) com mais um quadro (só para mostrar/assustar...)
Até eu me assusto…
Isto foi muito mais que “o Rossio na Betesga”, foi “tese de doutoramento em formação básica”, e não contribuiu para o objectivo da iniciativa.
Que não falhou, de modo nenhum, pegando-lhe por outro lado.
Estavam 60 amigos e camaradas no início, a maioria aguentou-se (!) até ao fim, fez perguntas, levou-me a “corrigir o tiro” e consegui recuperar, também com a “ajuda” do ambiente de admiração e de benevolência camaradas, valendo-me das minhas capacidades de comunicação… antes tão mal preparadas e, depois, mal usadas.

Pronto. Já está. E aqui está!
Aprendi? Acho que sim…


19.Agosto.2011

8 comentários:

cid simoes disse...

"O caminho faz-se caminhando" com os companheiros de quem não nos devemos afastar mais do que um passo. E faz-se também por tentativas.Faz-se fazendo!Volta lá!

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, Cid.
Já lá tinha estado várias vezes, para tarefas destas. Umas correram melhor, outras pior. Esta nem teria corrido mal de todo. O que se passa é que este tempo está muito difícil. As perguntas não têm resposta... ou só as têm em prazos a que não nos acomodamos.
Como sair disto? Lutando! E faz parte da luta a permanente aprendizagem.

GR disse...

Gostei do teu post!
És muito exigente e perfeccionista.
Mas na verdade e até por já ter assistido a Debates teus sobre esta matéria, não são nada confusos como nos contas. Se até eu compreendo as tuas tão lúcidas explicações sobre esta matéria,que é muito difícil!
Sei que foi mais um grande Debate, todos saíram a saber mais.
Parabéns!

BJS.

GR

samuel disse...

Conforta-te pensando que houve muita gente que, passado o susto das fórmulas e corrigido o tiro, como dizes, para falar das coisas mais terra a terra... deu mais um passo na convicção de que aquilo que discutimos e propomos tem uma ciência que o sustenta e que tem quem a estude. sem descanso. Não é mais uma inconsequente conversa de café. Por mais que, por vezes, possa parecer fora do alcance da média... porque está.
Foi uma boa sessão! Primeiro, porque foi. Segundo, porque estou certo de que te proporcionou uma bela viagem de regresso... :-)))

Abraços.

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, Samuel.
O teu testemunho é privilegiado... porque testemunhaste!
Incluo-te na auto-crítica.

Grande abraço

Graciete Rietsch disse...

Querido camarada
É sempre um privilégio ler-te. Por muitas dúvias que surjam aprende-se sempre. E é bom ter dúvidas pois isso é sinal de que se quer aprender.
Agora,provavelmente, só até à Festa do Avante, porque vou passar uns dias a Peniche, sem computador.

Um beijo.

Sérgio Ribeiro disse...

Graciete - Obrigado, camarada.
Aproveita bem estes dias em Peniche, antes da Festa, para melhor aproveitares a Festa. Lá nos encontraremos!

Justine disse...

Foi, de facto, uma bela viagem de regresso!