quarta-feira, agosto 24, 2011

A corrida ao ouro - 2

Como algum visitante mais atento terá reparado, aqui tem sido acompanhada a evolução do se pode chamar a corrida ao ouro. Trata-se de um facto muito significativo, que ilustra o actual momento (histórico) do capitalismo. Como significativo sinal. 

Desde há muitas décadas, que somam sécudos, há registo da relação ouro/dólar, na razão de por quantos dólares se poderia trocar uma onça de ouro.

De 1833 a 1932, esse valor manteve-se à volta de 20,65 dólares por onça, com um máximo de 21,32 em 1923 e um mínimo - excepcional, único valor abaixo de 20 - de 17,06 em 1931, para dar saltos, então significativos, para 20,69 em 1932, para  26,33 em 1933, para 34,69 em 1934 para 34,69, fixando-se em cerca de 35, sem grandes oscilações, até ao pós guerra, depois de medidas tomadas, pela administração dos EUA, para controlar o câmbio do dólar após o enorme sobressalto da chamada crise de 1929/30.

Foi nessa base dos 35 dólares iguais a uma onça de ouro - e convertíveis - que, em 1944, em Bretton Woods, se lançou o dólar como moeda internacional, e o padrão dólar/ouro para o sistema monetário internacional.


Assim se manteve, a relação dólar/ouro e o sistema, até 1971, precisamente 15 de Agosto de 1971, quando Nixon tomou, pelos EUA, a decisão unilateral de tornar o dólar inconvertível e de, assim, acabar com o sistema criado em Bretton Woods. Sem substituto... 
A partir daí, a relação alterou-se até atingir, num verdadeiro salto de 1979 para 1980, o valor de 612,56 dólares, correspondendo a uma queda de valor do dólar de 1604%, numa década.
Foi um sinal. De alarme. E um verdadeiro "travão às quatro rodas", com a entrada brutal no monetarismo, no "neo-liberalismo", e numa fase crucial da luta de classes a nível internacional. Que a nível monetário foi ganha pelo capitalismo com a estabilização, entre o máximo de 460,03US$/onça em 1981, já em grande valorização e o mínimo de 271,04 em 2001, para neste ano começar um período de lenta desvalorização nos anos seguintes até à aceleração da desvalorivação a partir de 2006, ao atingir o nível da razão de 1980, depois em disparada até aos valores de 1234,53 dólares dor onça de ouro, o que corresponde, em 4 anos, a uma quebra de valor do dólar em relação ao ouro de 175%.
Mas esta celeração tornou-se vertiginosa, diria alucinante, durante este ano de 2011.
Sinais! 

a que voltará em próxima mensagem  

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