Dia efemérico. Que muitos têm aproveitado para semear equívocos e ambiguidades.
Que é o dia da Independência e da Restauração.
Hoje, sem sair daqui do Zambujal e, sobretudo, de este dia 1º de Dezembro, já muito viajei. Séculos. O mais atrás que fui foi até a 1383, ao dia em que o então Conde de Ourém, o mais conhecido por de Andeiro, daqui abalou até Lisboa e, lá, foi morto pelo Mestre de Avis, a caminho de ser D. João I, de certo modo se adiando o que veio a acontecer em 1580, depois recuperado no 1º de Dezembro de 1640.
Por esses tempos andei, e tudo por causa de um certo Francisco Vieira de Figueiredo que aqui nasceu, mesmo neste meu Zambujal, e de quem irei falar depois de amanhã, em tertúlia no Museu Municipal. Para isso, visitei-o, como ao tal Conde de Andeiro, que parece que por aqui se quer esquecer que foi o 2º de Ourém, e ao Fernão Mendes Pinto, aquele que, na minha "conversa", será o Francisco Vieira de Figueiredo do século anterior, do XVI. Sobre tudo isto irei dizer umas coisas, eu que não tenho nada de historiador mas sim de estoriador, com a ajuda/companhia de uns companheiros chamados Gérard Vindt, Marx, Haudrère, Basil Davidson e Charles Boxer, e outros se os apanhar "à mão".
E tudo isto escrevo neste 1º de Dezembro, em que se festeja, quase envergonhadamente, o termos afirmado, em definitivo, a nossa nacionalidade, ibéricos mas portugueses.
Neste dia, 370 anos depois, parece que se impõe, de forma urgente, que afirmemos que somos portugueses, embora europeus - como sempre fomos. Que não há nenhum "europeu" de Bruxelas, de Frankfurt, de Washington, da Bolsa de Lisboa (onde é que é agora?) ou do raio que os parta que possa vir dizer -nos que e quanto devemos baixar salários, que devemos desempregar, que o tempo para o fazer deve ser rápido, que o custo do despedimento deve ser barato, que as regras de concessão de subsídio de desemprego e as do serviço de emprego têm de ser as que eles ditarem.
No dia 1º de Dezembro, apetece-me dizer isto. Em português claro. Que até poderia ser vernáculo ou do mais genuino (e aí ia buscar o Aquilino com o seu No Cavalo de Pau com Sancho Pancho, que muito fala desse tempo filipino que atravessámos).
1º de Dezembro de 2010. 370 anos depois!
5 comentários:
E lá fomos ao mesmo... por outras palavras. :-)
Abraço.
Acabei de sair do Cantigueiro. E lá fiquei com mais uns detalhes da nossa riquinha História...
:)))
Pois até parece que o 1º de Dezembro pode deixar de ser feriado porque isto de lutar pela independência é assunto ultrapassado.
Quem decide o destino do Povo Português?Bruxelas, Berlim e os outros grandes. Nós não.
Um beijo.
Parece que hoje não atiraram nenhum tirano pela janela. Assim se perdeu mais uma oportunidade de celebrar. Talvez para o ano...
Não conhecia Francisco Vieira de Figueiredo. Fui investigar na NET e gostei do que li.
Muito gostaria também de ouvir a tua intervenção sobre ele.
Um beijo.
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