Na exposição sobre Francisco Vieira de Figueiredo, no Museu Municipal de Ourém, tentei fazer um enquadramento temporal sobre o personagem, localizadamente mas, sobretudo, no processo histórico. Para o ilustrar, mostrei uns mapas.
Este, muito antigo, para mostrar como todos os caminhos marítimos iam dar/partiam de Portugal.
Depois este, tirado do livro de Haudrére O Grande Comércio Marítimo do Século XVIII, mostra como, numa primeira fase, a descoberta dos caminhos marítimos "ofereceu" o Atlântico aos portugueses:
Mas os portugueses não souberam guardar a "oferta", nem outras "posições conquistadas" noutras paragens e mares, que homens como Francisco Vieira defenderam valorosamente contra holandeses, ingleses e até espanhóis, além dos compromissos com os locais, mas sem êxito pelo que os mapas mais recentes mostram que todos os caminhos passam ao largo de Portugal:
Mas pode não ser assim. Com o mar que é nosso e com Portugal a Produzir pode ser de outra maneira, mais parecida (mas bem melhor) do que foi. É possível!
7 comentários:
Fomos descobridores, cientistas, infelizmente também exploradores.
Mas que fizeram aos nossos mares?
Um beijo.
Portugal dispõe de uma extensão Zona Económica Exclusiva (ZEE), por sinal uma das maiores do mundo. Mais, poderá ver em breve reconhecido pela ONU a proposta de alargamento da extensão da Plataforma Continental até às 350 milhas. Porém, com a reduzida frota pesqueira que actualmente dispõe, sem marinha mercante (de passageiros e mercadorias) e sem marinha de turismo, de pouco lhe servirá tanto mar! A União Europeia se encarregará de reclamar indevidamente que se tratam de "águas comunitárias" como se o Estado português já não existisse...
Estou convencido que, tal como sucedeu no passado, o espaço de afirmação de Portugal se centra na lusofonia, incluindo na partilha dos recursos marítimos!
Só falta chegar D.Sebastião para se cumprir Portugal.
Ou será que ele já chegou e ainda não o viram por aí?
Portugal durante Séculos estava no Centro do Mundo.
Com a adesão à CEE/UE trocamos o Centro do Mundo pela periferia da Europa.
Bem podemos limpar as mãos à parede com o disparate!
Sem negar o papel que o indivíduo tem no processo histórico, existem contudo factores que o ultrapassam. Épocas houve que pela importãncia que teve no domínio comercial e cultural o Mediterrâneo constituiu o centro do mundo ocidental em torno do qual se ergueram grandes civilizações, da mesma forma que antes sucedeu com a área de confluência entre a Europa, a Ásia e o Norte de África. Sucede que tal epicêntro se transferiu para o Atlântico pelas mais diversas razões, entre as quais o domínio das rotas comerciais pela via marítima como alternativa á via terrestre dominada pelos árabes.
A importância do eixo franco-alemão como centro da política europeia resulta do fim da guerra fria. Porém, a Europa continua a necessitar dos recursos de África e da América do Sul e, sobretudo, do imenso tesouro que o mar esconde. E esse facto acabará por recolocar Portugal no centro do mundo, a não ser que os indivíduos - quem dirige os negócios do país! - não entenda isso e não tenha tal percepção. Bastará ver quem foram os países que votaram a favor de Portugal para membro do Conselho de Segurança para se perceber o papel que deve desempenhar...
Quanto ao sebastianismo, convém ler os mitos! É outra matéria que deve ser tratada na devida latitude...
Como tudo na vida, nada é eterno. Também os impérios e as grandes civilizações o não são. Resta entender as causas que determinam o seu aparecimento numa determinada época histórica. Por exemplo, porque às grandes cililizações e impérios pré-clássicos - Babilónia, Egipto, etc. - sucedeu a Grécia e Roma. E, finalmente, porque Portugal se projectou no século XV, logo seguido de Espanha.
Mais ainda, sucede que muitas vezes os impérios ressurgem, com base nas causas que os determinam, embora por vezes projectando-se naquilo que eles próprios criaram. Assim sucedeu com Roma que, em muitos aspectos mais não constitui do que um reflexo da própria civilização grega.
Quero com isto dizer que, em consequência das invasões francesas, Portugal mudou de endereço e até de nome próprio para, eis que chegados ao século XXI, projectar no Brasil a sua grandeza de outrora e assumir o protagonismo mundial que antes lhe coube. Não é em vão que o Brasil está a desempenhar o papel que em princípio caberia a Portugal, desde a criação da CPLP à colaboração com o mundo lusófono, desafiando ainda Portugal a virar-se para este espaço em detrimento da importância que está a dar à União Europeia. Na realidade, o "regresso ao mar" está agora a verificar-se a partir do outro lado do Atlântico. Portugal projecta-se a partir do Brasil. Resta aos políticos entenderem a velha máxima de D. João II: Cont~e-los em terra e bat~e-los no mar!
Falta descobrir os tesouros todos com os mapas de todo mundo com detectores de metais a prova de agua
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