quinta-feira, dezembro 02, 2010

Confiança... em quê?

A votação da proposta do PCP para se corrigir o que se pode considerar um verdadeiro escândalo (cada um deve fazer a sua avaliação) foi, por isso mesmo, um escândalo. E, por isso mesmo, se procura que passe o paquiderme pelo buraco da agulha da informação.
Faça-se um pouco de "histórico". Tomam-se medidas duras, com o coração desfeito, diz-se, atacam-se os salários e o emprego, com pesos na consciência e noites mal dormidas, afirma-se, alto e bom som pedem-se sacrifícios a todos, culpados ou não, por maiores que sejam as disparidades nos sacrifícios, com tristeza na voz e mão no peito... e há uns tantos agentes económicos que, usando espertezas e artes e manhas, passam pela rede, para eles larga, para outros apertada, e eximem-se ao pagamento dos lucros de acordo com as novas regras e o seu espírito (para todos!, disseram e afirmaram como já era tremendamente injusto).
Mais: desses agentes económicos, até há os que têm participação (remanescente, é verdade... mas isso serve de justificação, ou só agrava tudo, dado o processo???) do Estado, pelo que não é cúmplice passivo como o é activamente.
O PCP denuncia a situação, aliás reconhecida, embora em surdina, como expediente, não ética, injusta, etc., propõe a sua correcção institucionalmente... e criou um burburinho enorme nas hostes do partido que apoia o governo, com declarações dramáticas, com ameaças de demissão e o mais que não se sabe.
Resultado: o PS votou com o PSD e o CDS (que surpresa!?), o seu lider de bancada, em evidente desnorte e descontrolo, falou em "confiança nos investidores" como se invocasse bençãos celestiais, houve 1 voto a favor do projecto do PCP (oh! heresia...), 2 abstenções e 3 declarações de voto.
E logo num dia em que os "mercados" deram um rebuçadito que nem foi possível saborear!

3 comentários:

samuel disse...

Ah... também ficaste "surpreendido"... :-)

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Pelo menos houve alguém que soube pensar!

Um beijo.

Graciete Rietsch disse...

Pelo menos houve alguém que soube pensar!

Um beijo.