A sessão ontem correu bem. Na minha avaliação.
Sala composta, uma participação muito bem informada do Doutor Rodrigues Baptista, julgo ter conseguido transmitir alguma coisa do muito (e interessante, e interessado) tempo que dediquei à preparação, ainda alguma conversa animada sobre o tema proposto.
Sala composta, uma participação muito bem informada do Doutor Rodrigues Baptista, julgo ter conseguido transmitir alguma coisa do muito (e interessante, e interessado) tempo que dediquei à preparação, ainda alguma conversa animada sobre o tema proposto.
O tema proposto era a vida do zambujalense Francisco Vieira de Figueiredo que, aos 12 anos (por 1622), abalou para os Orientes, onde foi comerciante de sucesso e 30 anos capitão-geral, nesse período em que, até 1640, fomos apenas ibéricos e não portugueses. Um homem que teve papel muito importante naquela luta pelo domínio dos mares e do comércio de produtos de luxo, na ascensão do capitalismo e que morreu (envenenado por dominicanos em conluio com interesses holandeses...) aos 57 anos, ao que parece com uma fortuna tal que estaria, hoje, nessas revistas por onde andam Amorins e Belmiros.
Não vou reproduzir o que quis que fosse a minha participação, mas incluo um trecho que antecede o final que já aqui trouxe a outro "post":
(…)
«Fernão Mendes Pinto e Francisco Vieira de Figueiredo, se outros dados históricos de contacto não tivessem, viveram parte das suas vidas em período de ocupação dos Filipes, de Espanha.
Nestes dias lembramos 1640, como muito me lembrei de um certo Conde de Ourém (o 2º, também Conde de Andeiro), ligado a 1383 e sacrificado à afirmação da nossa nacionalidade, e em que, ao fazê-lo, o povo adiou o que teve de ser feito com Miguel de Vasconcelos, do armário para a janela e da janela para a rua.
Mas se assim os (e nos) localizamos – ibéricos mas portugueses, europeus mas portugueses – somos um povo que se formou, que tomou forma correndo mundo e mundos.
Francisco Vieira de Figueiredo nasceu no nosso Zambujal – aldeia de emigração num concelho de emigrantes, num país de descoberta de caminhos para os outros percorrerem e explorarem.
Depois, vêm pedir-nos contas porque nos teríamos distraido, porque não fizemos bem as nossas contas, os "trabalhos de casa" de que nos incumbiram na sua divisão internacional do trabalho, enquanto os “de fora” e uns poucos “cá de dentro” bem aproveitaram as nossas “distracções” e até querem fazer crer que foram eles que descobriram caminhos marítimos e inventaram a pólvora.
Nenhum desespero! Cá nos desenrascaremos, que é o nosso verbo nacional...
Como lá fora o fazemos (e sempre fizemos... que o diga o “nosso” Francisco Vieira)
E com tanta reconhecida… produtividade.
Mas quando é que aprenderemos as lições da História?
Estudemos os nossos Vascos da Gama, Fernãos Mendes Pinto, Franciscos Vieira de Figueiredo… mas não como indivíduos, como sinais e ilustrações de um todo amassado, histórico, povo.
(…)»
«Fernão Mendes Pinto e Francisco Vieira de Figueiredo, se outros dados históricos de contacto não tivessem, viveram parte das suas vidas em período de ocupação dos Filipes, de Espanha.
Nestes dias lembramos 1640, como muito me lembrei de um certo Conde de Ourém (o 2º, também Conde de Andeiro), ligado a 1383 e sacrificado à afirmação da nossa nacionalidade, e em que, ao fazê-lo, o povo adiou o que teve de ser feito com Miguel de Vasconcelos, do armário para a janela e da janela para a rua.
Mas se assim os (e nos) localizamos – ibéricos mas portugueses, europeus mas portugueses – somos um povo que se formou, que tomou forma correndo mundo e mundos.
Francisco Vieira de Figueiredo nasceu no nosso Zambujal – aldeia de emigração num concelho de emigrantes, num país de descoberta de caminhos para os outros percorrerem e explorarem.
Depois, vêm pedir-nos contas porque nos teríamos distraido, porque não fizemos bem as nossas contas, os "trabalhos de casa" de que nos incumbiram na sua divisão internacional do trabalho, enquanto os “de fora” e uns poucos “cá de dentro” bem aproveitaram as nossas “distracções” e até querem fazer crer que foram eles que descobriram caminhos marítimos e inventaram a pólvora.
Nenhum desespero! Cá nos desenrascaremos, que é o nosso verbo nacional...
Como lá fora o fazemos (e sempre fizemos... que o diga o “nosso” Francisco Vieira)
E com tanta reconhecida… produtividade.
Mas quando é que aprenderemos as lições da História?
Estudemos os nossos Vascos da Gama, Fernãos Mendes Pinto, Franciscos Vieira de Figueiredo… mas não como indivíduos, como sinais e ilustrações de um todo amassado, histórico, povo.
(…)»
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Vou "deixar a História", não sou nem serei investigador de História, vou regressar à minha normalidade (o que é isso?!).
1 comentário:
Parabéns aos oradores, gostava de ver mais Zambujalenses na sala. Valeu a pena, Tivemos um serâo muito rico.
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