Até há pouco tempo, os reformados juntavam-se em bancos de jardim. Quando não chovia.
Houve autarquias – mais as da CDU (ou já da APU, ou até da FEPU) – que começaram a alindar uns espaços, a pôr umas mesas para se poder jogar à sueca, coisas assim…
Entretanto, como numa enxurrada, as grandes superfícies inundaram-nos. Outros espaços, e enormes, se criaram. Com cantos para os reformados se encontrarem. E ali nunca chove!
Dir-se-ia que é à sombra das árvores mortas (romance da Mário Ventura Henriques), que as árvores morrem de pé (peça de teatro de Alejandro Casona)…
Ali se conversa. Sobre a vida que fugiu, sobre a vida que foge.
E há conversas que muito nos ensinariam… se as ouvissemos. Se eles se ouvissem!
1
- Então já viste isto?
- Se já ouvi o quê?
- Se já viste esta espécie de campanha eleitoral…
- Tenho ouvido, tenho… mal mas tenho…
- Pois é. Isto tem sido uma farsa… esta comunicação social…
- Disseste sucial ou eu ouvi mal?
- Não. Desta vez, ouviste bem…
- … sim, sim… mas não tenho visto ninguém desses…
- Esta tem sido uma campanha em que a tal comunicação sucial tem exagerado.
- Também acho que eles são mal pagos, que é a precariedade, mas isso não desculpa tudo.
- Tens razão. Mas são lá os chefões a mandar. Os que estão por detrás. Tudo é feito para entronizar o Cavaco.
- O quê? Não me digas que vão interrogar o fulano. Ele só comprou na baixa e vendeu na alta. E está tudo na declaração de IRS e no vídeo da Presidência.
- Tudo menos o que não está… E ouviste mal. Como é costume… O que eu disse foi entronizar, consagrar, assim a modos de um vício de entronização…
- Lá estás tu… Até ouço muito bem… Estão a fazer como se tudo fosse um desperdício, uma canonização.
- É isso… embora por outras palavras. Mas os debates até tiveram interesse porque deram a conhecer um candidato que eles diziam desconhecido e que tudo faziam para manter no desconhecimento…
- Também lamento… Eu vi os debates… não ouvi foi lá muito bem. Havia interferências. E a cachopada a fazer barulho... Mas gostei do Francisco Lopes. Esteve muito bem. Foi diferente. E do que estamos a precisar é disso: de um diferente rumo.
- Ora aí é que está o sumo!
Houve autarquias – mais as da CDU (ou já da APU, ou até da FEPU) – que começaram a alindar uns espaços, a pôr umas mesas para se poder jogar à sueca, coisas assim…
Entretanto, como numa enxurrada, as grandes superfícies inundaram-nos. Outros espaços, e enormes, se criaram. Com cantos para os reformados se encontrarem. E ali nunca chove!
Dir-se-ia que é à sombra das árvores mortas (romance da Mário Ventura Henriques), que as árvores morrem de pé (peça de teatro de Alejandro Casona)…
Ali se conversa. Sobre a vida que fugiu, sobre a vida que foge.
E há conversas que muito nos ensinariam… se as ouvissemos. Se eles se ouvissem!
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- Então já viste isto?
- Se já ouvi o quê?
- Se já viste esta espécie de campanha eleitoral…
- Tenho ouvido, tenho… mal mas tenho…
- Pois é. Isto tem sido uma farsa… esta comunicação social…
- Disseste sucial ou eu ouvi mal?
- Não. Desta vez, ouviste bem…
- … sim, sim… mas não tenho visto ninguém desses…
- Esta tem sido uma campanha em que a tal comunicação sucial tem exagerado.
- Também acho que eles são mal pagos, que é a precariedade, mas isso não desculpa tudo.
- Tens razão. Mas são lá os chefões a mandar. Os que estão por detrás. Tudo é feito para entronizar o Cavaco.
- O quê? Não me digas que vão interrogar o fulano. Ele só comprou na baixa e vendeu na alta. E está tudo na declaração de IRS e no vídeo da Presidência.
- Tudo menos o que não está… E ouviste mal. Como é costume… O que eu disse foi entronizar, consagrar, assim a modos de um vício de entronização…
- Lá estás tu… Até ouço muito bem… Estão a fazer como se tudo fosse um desperdício, uma canonização.
- É isso… embora por outras palavras. Mas os debates até tiveram interesse porque deram a conhecer um candidato que eles diziam desconhecido e que tudo faziam para manter no desconhecimento…
- Também lamento… Eu vi os debates… não ouvi foi lá muito bem. Havia interferências. E a cachopada a fazer barulho... Mas gostei do Francisco Lopes. Esteve muito bem. Foi diferente. E do que estamos a precisar é disso: de um diferente rumo.
- Ora aí é que está o sumo!
12 comentários:
«O sumo»: é isso...
Um abraço grande.
Por acaso no Seixal, Almada, Barreiro,Setubal as grandes superficies, remeteram os idosos e as crianças para os CANTOS, pensava eu que isto só acontecia nas autarquias geridas pelo PS,PSD,CDS.
Quanto a F.Lopes penso que podia ir muito mais longe,no final ficou-me a ideia de um discurso repetitivo quando a situação concreta existente exigia um discurso mais mobilizador contra as politicas de Sócrates/Cavaco.
Um abraço
Carlos Henriques
Seixal
Era muito bom se todos começassem a pensar no que é melhor para Portugal, esqucendo os seus receios e as palavras mentirosas com que todos os dias são inundados.
Um beijo.
Grande diálogo!
Abraço.
Ó caro Carlos Henrique. Não consegui evitar ficar a matutar sobre que raio terão as autarquias (sejam lá de que cor forem) a ver com o que se passa dentro dos hipermercados, no centro, ao lado, ou aos cantos...
Caro Samuel
Os "espaços verdes que existiam para as várias diversões, que foram nas enxurradas das grandes superficies" deve-se às autorizações concedidas pelas respectivas autarquias. Eu só queria assentuar que estes casos não acontecem apenas com o PS,PSD e CDS...
Está esclarecido Samuel ou é preciso mais pormenores?
um Abraço
Carlos Henriques
Vamos lá então a um bocadinho de "sumo" nesta questão das grandes superfícies, meus caros Carlos Henriques e Samuel.
1. quando falei em "enxurradas", não referi as autarquias, e algumas CDU terão sido "inundadas";
2. as autarquias CDU não estão isoladas nem protegidas por barragens contra certas "enxurradas", mesmo que procurem ter defesas em que outras nem sequer pensam, antes pelo contrário;
3. algumas autarquias terão sido, por isso, "inundadas" até em espaços que não desejariam e que não tiveram força (ou suficiente determinação) para impedir;
4. já pensaram, meus caros, o que é ter os munícipes a irem fazer compras e passear às grandes superfícies de concelhos vizinhos;
5. não estou a pensar em casos concretos, estou só a... pensar, autarca que sou (AMunicipal) numa autarquia "inundada" de maneira que - espero! - qualquer autarquia CDU colocaria travões, embora não seja das situações mais gritantes, até porque sei de co-municípes que vão mesmo para as mega-superfícies à distância de 20/25 kms, deixando a terra vazia aos fins de semana.
A realidade é muito mais complicada do que parece. Por isso, há que ginasticar a vigilância revolucionária, a ideologia, não entrar em simplificações.
Desculpem o... comentário! Exagerei? Sobre o texto, não retiro uma linha!
Carlos Henriques:
Estou mais ou menos esclarecido. Ainda não estou completamente esclerosado. :-) Mesmo assim...
1. A minha observação foi apenas ao facto de ter dito que dentro de que não sei qual grande superfície, os reformados tinham um espaço para estar, mas que era a um canto... e eu não entendia o que é que a autarquia teria a ver com a localização, dentro dos hipermercados, dos parques infantis, lugares para sentar e descançar... ou as casas de banho. Logo, foi quase mais uma piada do que um comentário, realmente.
2. Confesso que ainda não vi (mas talvez exista...) um "Colombo", ou "Forum" daqui ou dacolá, que tenha sido construído em cima de um "espaço verde que antes já existisse, arranjado e equipado para várias diversões". O que foi nas enxurrada das grandes superfícies foi o cinema de bairro, a loja de proximidade, por vezes, mesmo a colectividade de recreio.
3. O meu problema com esses grandes espaços (embora de vez em quando lá compre coisas) é que por cada posto de trabalho que criam... destroem cinco no comércio tradicional. E são feios. E juntam milhares de pessoas a estoirar dinheiro em coisas de que não precisam.
Quanto ao facto de isto se passar em autarquias geridas por este ou aquele partido... assino por baixo o comentário/resposta/água na fervura do Sérgio Ribeiro.
Um abraço.
Sérgio:
Não, não exageraste! Mesmo assim, tive o cuidado de apenas escrever 31 linhas... em vez das tuas 32. :-))) :-)))
Caríssimo Samuel - Podias ter escrito 40 linhas!
Os teus "esclarecimentos" são absolutamente... esclarecedores.
Obrigado pelo modo como valorizaste este canto desta pequena superfície... sem teres pisado um nico de relva.
Grande abraço
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