quinta-feira, janeiro 06, 2011

Escola Prática de Polícia - 2ª edição, melhorada

Já tinha estado na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, há 5 anos, com o Jerónimo de Sousa, na mesma tarefa de mandatário. Hoje, foi com o Francisco Lopes.
Como então, trouxe muita reflexão, muito "trabalho para casa"; como então, fomos recebidos com profissionalismo, isenção, simpatia; como então, recebemos muita informação, conversámos abertamente, pouco (ou quase nada) se falou das eleições presidenciais. bastante se falou de problemas nacionais que nos preocupam.
A maior diferença foi o facto, muito relevante, de se estar a iniciar um curso para novos profissionais, dando uma outra vida à instituição. São 1000 formandos, que começaram na 2ª feira, num calendário que se prolongará, ali, até meados de Outubro (com férias em Agosto), e que vimos a adaptarem-se ao que se perspectiva como a sua vida profissional.
Confesso-me impressionado. Antecipando mais reflexões (que continuarão, passem ou não "ao papel"), sinto-me reconfortado por ter ouvido descrever com entusiasmo a profissão, o papel dela na vida social, reconhecer valores e princípios (e a sua falta), enunciar alguns problemas que todos, cidadãos, confrontamos, ter tido um excelente convivio num almoço para que nos convidaram.
Três ou quatro notas:
  • é o primeiro curso em que os formandos seleccionados, entre quase 7000 candidatos, têm todos a habilitação mínima do 12º ano;
  • em conversas informais foi evidente que quer o número de candidatos, quer o número de formandos, reflectem a situação do emprego/desemprego no País;
  • o problema da segurança tem de ser tratado ao nível de serviço público, e o recurso a empresas privadas com fins privados não pode ser senão limitado e complementar;
  • a falta de planeamento político da formação, de que resultam ciclos intermitentes e irregulares, é muito negativa para a organização e exercício da profissão p0r agentes em serviço público, e com esse sentido;
  • foi significativo o entusiasmo com que se apresentaram programas de ensino e de aproveitamento das chamadas novas oportunidades.

Assim como reconhecemos alguns interlocutores de há 5 anos, fomos por eles reconhecidos.

Foi agradável. E útil!

7 comentários:

Carlos Henrique disse...

Não admira que se sinta "surpreso" e até elogie alguma ´"réstea de lucidez" e "pontualidade" em dar "razão" a algumas coisas... que Santana Lopes diz e que agora ficou impressionado e até reconfortado com a formação que dão à policia que como todos será para reprimir o proletariado e os mais pobres da sociedade.

"o profissionalismo, isenção, simpatia, muita informação, conversámos abertamente... dos problemas nacionais que NOS preocupam... Confesso-me impressionado. Antecipando mais reflexões... sinto-me reconfortado por ter ouvido descrever com entusiasmo a profissão, o papel dela na vida social, reconhecer valores e principios..."

"Quanto ao excelente convívio no almoço para o qual foram convidados" pelo convívio e pelo elogio que faz, dirá o Povo "diz-me com quem acompanhas e elogias, que eu digo-te quem tú és"

Acho que tem o direito de defender e elogiar quem entender, mas não diga que é comunista.

Carlos Henrique

Fernando Samuel disse...

Quando se é bem recebido... volta-se..

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Então a Polícia só serve para bater? Ou não deve também garantir-nos segurança? E para isso não é preciso formação? Ou preferimos uma Polícia que apenas saiba reprimir por reprimir?
Algumas perguntas apenas!!!!!

Um beijo.

samuel disse...

"Foi agradável. E útil!"

Como este post.

Abraço.

Anónimo disse...

Post, bastante oportuno e interessante. obrigado sérgio por partilhares connosco as tuas opiniões sempre sensatas

Unknown disse...

"foi significativo o entusiasmo com que se apresentaram programas de ensino e de aproveitamento das chamadas NOVAS OPORTUNIDADES."????

Esta não percebi. Confesso que tenho um ENORME preconceito em relação às NOVAS OPORTUNIDADES, processo em que já trabalhei e que abandonei quando a degradação da qualidade do que se fazia (em vários centros que eu visitava) atingiu o MEU limite.

Estão entusiasmados com as NO? Tenho pena.

Sérgio Ribeiro disse...

Carlos Henrique - responder-lhe-ei em mensagem sobre a posição de um comunista relativamente ao serviço público de segurança. Quantò ao resto, não lhe respond e não lhe dou qualquer autoridade para passar ou negar atestados de comunista...

Fernando Samuel - ... e aprende-se e ensina-se...
Um abraço

Graciete - As tuas perguntas têm a resposta implícita na ideia de prevenção e de serviço público. O que nunca invalidará ou atenuará a denúncia e o combate a algumas práticas em que a polícia atinge os direitos e garantias dos cidadãos. Aliás, matéria relevante nos curricula da formação tal como nos foi apresentada.
Um beijo

samuel - Foi!
Um abraço

Retribuo o abraço anónimo

João Filipe Oliveira - Partlho contigo o preconceito relativamente às NO. Bem justificado. Este será um caso excepcional.
Dado o facto dos novos guardas em formação terem todos o 12º, os já no exercício tiveram, da parte dos responsáveis "deste centro" o estímulo para a formação dentro da profissão e carreira. Assim nos foi transmitido e ilustrado.
Espero e desejo não ter sido iludido!
Um abraço

Era o que me faltava agora, nesta altura da vida: "advogado de defesa" de uma escola de polícias...