Já tinha estado na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, há 5 anos, com o Jerónimo de Sousa, na mesma tarefa de mandatário. Hoje, foi com o Francisco Lopes.
Como então, trouxe muita reflexão, muito "trabalho para casa"; como então, fomos recebidos com profissionalismo, isenção, simpatia; como então, recebemos muita informação, conversámos abertamente, pouco (ou quase nada) se falou das eleições presidenciais. bastante se falou de problemas nacionais que nos preocupam.
A maior diferença foi o facto, muito relevante, de se estar a iniciar um curso para novos profissionais, dando uma outra vida à instituição. São 1000 formandos, que começaram na 2ª feira, num calendário que se prolongará, ali, até meados de Outubro (com férias em Agosto), e que vimos a adaptarem-se ao que se perspectiva como a sua vida profissional.
Confesso-me impressionado. Antecipando mais reflexões (que continuarão, passem ou não "ao papel"), sinto-me reconfortado por ter ouvido descrever com entusiasmo a profissão, o papel dela na vida social, reconhecer valores e princípios (e a sua falta), enunciar alguns problemas que todos, cidadãos, confrontamos, ter tido um excelente convivio num almoço para que nos convidaram.
Três ou quatro notas:
- é o primeiro curso em que os formandos seleccionados, entre quase 7000 candidatos, têm todos a habilitação mínima do 12º ano;
- em conversas informais foi evidente que quer o número de candidatos, quer o número de formandos, reflectem a situação do emprego/desemprego no País;
- o problema da segurança tem de ser tratado ao nível de serviço público, e o recurso a empresas privadas com fins privados não pode ser senão limitado e complementar;
- a falta de planeamento político da formação, de que resultam ciclos intermitentes e irregulares, é muito negativa para a organização e exercício da profissão p0r agentes em serviço público, e com esse sentido;
- foi significativo o entusiasmo com que se apresentaram programas de ensino e de aproveitamento das chamadas novas oportunidades.
Assim como reconhecemos alguns interlocutores de há 5 anos, fomos por eles reconhecidos.
Foi agradável. E útil!
7 comentários:
Não admira que se sinta "surpreso" e até elogie alguma ´"réstea de lucidez" e "pontualidade" em dar "razão" a algumas coisas... que Santana Lopes diz e que agora ficou impressionado e até reconfortado com a formação que dão à policia que como todos será para reprimir o proletariado e os mais pobres da sociedade.
"o profissionalismo, isenção, simpatia, muita informação, conversámos abertamente... dos problemas nacionais que NOS preocupam... Confesso-me impressionado. Antecipando mais reflexões... sinto-me reconfortado por ter ouvido descrever com entusiasmo a profissão, o papel dela na vida social, reconhecer valores e principios..."
"Quanto ao excelente convívio no almoço para o qual foram convidados" pelo convívio e pelo elogio que faz, dirá o Povo "diz-me com quem acompanhas e elogias, que eu digo-te quem tú és"
Acho que tem o direito de defender e elogiar quem entender, mas não diga que é comunista.
Carlos Henrique
Quando se é bem recebido... volta-se..
Um abraço.
Então a Polícia só serve para bater? Ou não deve também garantir-nos segurança? E para isso não é preciso formação? Ou preferimos uma Polícia que apenas saiba reprimir por reprimir?
Algumas perguntas apenas!!!!!
Um beijo.
"Foi agradável. E útil!"
Como este post.
Abraço.
Post, bastante oportuno e interessante. obrigado sérgio por partilhares connosco as tuas opiniões sempre sensatas
"foi significativo o entusiasmo com que se apresentaram programas de ensino e de aproveitamento das chamadas NOVAS OPORTUNIDADES."????
Esta não percebi. Confesso que tenho um ENORME preconceito em relação às NOVAS OPORTUNIDADES, processo em que já trabalhei e que abandonei quando a degradação da qualidade do que se fazia (em vários centros que eu visitava) atingiu o MEU limite.
Estão entusiasmados com as NO? Tenho pena.
Carlos Henrique - responder-lhe-ei em mensagem sobre a posição de um comunista relativamente ao serviço público de segurança. Quantò ao resto, não lhe respond e não lhe dou qualquer autoridade para passar ou negar atestados de comunista...
Fernando Samuel - ... e aprende-se e ensina-se...
Um abraço
Graciete - As tuas perguntas têm a resposta implícita na ideia de prevenção e de serviço público. O que nunca invalidará ou atenuará a denúncia e o combate a algumas práticas em que a polícia atinge os direitos e garantias dos cidadãos. Aliás, matéria relevante nos curricula da formação tal como nos foi apresentada.
Um beijo
samuel - Foi!
Um abraço
Retribuo o abraço anónimo
João Filipe Oliveira - Partlho contigo o preconceito relativamente às NO. Bem justificado. Este será um caso excepcional.
Dado o facto dos novos guardas em formação terem todos o 12º, os já no exercício tiveram, da parte dos responsáveis "deste centro" o estímulo para a formação dentro da profissão e carreira. Assim nos foi transmitido e ilustrado.
Espero e desejo não ter sido iludido!
Um abraço
Era o que me faltava agora, nesta altura da vida: "advogado de defesa" de uma escola de polícias...
Enviar um comentário