Afazeres e questões pessoais afastaram-me, hoje, deste computador. Foram poucas horas mas, por inesperadas, senti-lhe a falta.
Isto porque trouxe, de ontem à noite, temas que adiei para aqui trazer, apenas tendo deixado o comentário sobre aquela afirmação de Sócrates que, de tão provocadora sobre a nossa modernidade, me provocou um "post" com uma pergunta... "post" que teve umas reacções extra(e)ordinárias (algumas). A resposta a esses comentários e comentadores pode esperar. Ou nem isso...
Quanto ao que sobrou de ontem para hoje, o que queria comentar é aquela evidência de que há mesmo quem viva num "outro mundo", ou num outro tempo.
Aconteceu que o presidente do CDS/PP, muito activo - et pour cause... -, levantou a questão dos "salários" de alguns (aquilo não são bem gestores, nem são bem salários...), com toda a costumeira demagogia sobre situações reais e escandalosas. Logo a comunicação social pegou no tema. Claro que pela "ponta" que PP lhes ofereceu... E "o pessoal" agarrou a questão porque a sente como nossa e nos escandaliza, tão escandalosa é pelos muitos milhares de euros que escorrem mensal ou anualmente para alguns dos bolsos de quem por aqui trabalha, neste País em que o salário mínimo de 500 €uros é indecentemente regateado.
Fiquei laborando na resposta que deu o ministro das finanças, que foi do tipo "o senhor fez pior... está a atirar-nos pedras aos nossos telhados de vidro quando também os têm...". E vá de mostrar provar e debitar números.
A sua excelência não importa se aqueles números são ou não escandalosos, importa sim, a sua excelência, que quem os denunciou também já fez o mesmo e, por isso, deveria, cumplicemente, calar-se. No entanto, quando somos nós, que não temos desses tais telhados, denunciamos essas situações - sobretudo para reforçar o sentido da luta por quem está no outro extremo da escala de rendimentos, os trabalhadores que vivem dificilmente do seu salário... - a comunicação social não "lhe pega" e este senhor ministro e seus colegas governamentais assobiam para o lado.
Por outro/o mesmo lado, a RTP1 pedi um comentário a um seu comentador residente, que também é conselheiro de Estado (!!) - Vitor Bento -, e a sua doutoral explicação transportou-nos ou à Idade Média ou a territórios onde ainda existem castas. VB separou os políticos, que compensam as escassas remunerações com o facto de estarem a "ficar para a História", dos gestores, que sacrificam a possibilidade de inscreverem o seu nome na posteridade e, quiçá, a sua eventual ida para os jerónimos ou para o panteão, e por isso merecem a compensação material de altas (altíssimas) remunerações. Até porque... os mercados, e porque se se querem boas gestões (qu'é delas?) tem de se pagar, e etc. e tal e coisa...
As massas, de vez em quando, ali e ali, vão dando resposta a estas insolentes excelências. Não nos calendários desejados, não aproveitando momentos e situações oportunas...
Isto vai. Porque o mundo é só um, e pula e avança. Ao seu ritmo, que é o ritmo que somos capazes de lhe dar, com a força que deriva da nossa luta.
7 comentários:
Avancemos pois! Não para inscrever o nome na História, mas para a fazer, mudar...
Abraço.
O último parágrafo deste teu post contem verdades fortes como punhos.
Campaniça
A força da razão vencerá.
Antuã
A força da traição NÃO PASSRÁ, como passou na União Soviética.
Filipe
Tornamo-nos num país terceiro mundista, onde os pobres são miseráveis e os ricos excessivamente rico, não da sua força de trabalho, mas à custa da corrupção, da exploração e do sacrifício dos poucos que ainda trabalham.
Haveremos de mudar!
Bjs,
GR
A força é muita, mas o avanço lento. Quem sabe se o descalabro que aí vem não actuará como catalisador no progrsso da luta?
Esperança e confiança sempre presentes!!!!!!
Um beijo.
Só nos faltava a visita do major Filipe Silva Pais!
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