quinta-feira, janeiro 27, 2011

Uma "leitura" das eleições no distrito de Santarém

Tudo vai retomando o seu curso normal (o que é isso?...).

Cavaco re-ocupa Belém, mais vazio porque ele mais cheio de si próprio, a comunicação social re-acomoda-se aos poderes (a "descoberta" de que Cavaco prescindiu do salário de PR, e os títulos, são notáveis...), o PS tenta equilibrar-se nos seus permanentes desequilíbrios e enganos para dentro e ilus~es para fora, nós continuamos a luta com as nossas fragilidades e a nossa invencível força e vontade de fazer o futuro chegar mais depressa e com menor deterioração social para os contemporâneos.

Por isso, estudando. Pessoalmente, não prescindo de remuneração das acumulações com a reforma porque já há anos mo impediram por razões nebulosas e estudo. Enquanto outros "temas" vão tomando espaço e tempo, acabo "leituras" pessoais dos resultados das eleições. Que interpreto como "termómetro" com as "temperaturas", auxiliares de diagnóstico do estado das massas que nós somos. Depois de atenção particular para o País, umas horitas para o distrito e, depois ainda, mais umas tantas para o concelho de Ourém.

Para o distrito de Santarém,

- confirma-se o que é usual, um espectro eleitoral paralelo ao do País com uma ligeira mas clara distorção para cima em relação ao que se pode chamar "esquerda" (em termos de eleitorado!);

- Cavaco Silva acima dos 50% (ao contrário de 2006) mas com uma perda de cerca de 20 mil votos (17%);

- Manuel Alegre com perda de votos acima dos 20 mil votos, e de 37%, relativamente a 2006, com evidente transferência de eleitorado do PS para Fernando Nobre (substituindo Alegre de 2006), com mais de 15%;

- menos 1,3 pontos percentuais de Francisco Lopes relativamente a Jerónimo de Sousa, mas mantendo o distrito mais 1,3 pontos percentuais relativamente à votação do País;

- menor impacto de José Coelho, embora significativo (quase 4%);

- enorme percentagem de votos em branco e nulos, num total superior a 6% dos votantes (4,3% em branco), com alguns concelhos, Benavente, Entroncamento e Torres Novas acima dos 5%, em resultado da campanha de emails, que o esclarecimento da CNE não anulou, e também nalguns lugares, como "válvula de escape" evidente de um eleitorado que recusava Alegre-PS-BE e não "dava o passo" para votar Francisco Lopes-PCP;

- a abstenção foi um pouco mais baixa que a do País - 44,4% e 49%;

- grande diversidade de situações nos 21 concelhos, com uma única, e significativa, subida de Francisco Lopes em relação a 2006 - em Ourém, que tivera mais de 80% em Cavaco em 2006, e subiu 90 votos para Francisco Lopes (mais 0,7 pontos percentuais, mais 24%) -, e um único concelho, o de Alpiarça, em que Cavaco não foi o mais votado (26% contra 36,5% para Francisco Lopes);

- em 13 dos 21 concelhos Cavaco teve menos de 50% - além de Alpiarça, Abrantes, Almeirim, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche, Entroncamento, Golegã, Salvaterra, Torres Novas e Barquinha -, tendo ainda descido de percentagem em Ourém e Sardoal.

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Fique. Pelo menos, para registo.

2 comentários:

Anónimo disse...

São interessantes os resultados de Ourém.

Campaniça

Carlos Henrique disse...

Ainda que os resultados locais sejam importantes para que se analise o ganho ou a perda de influência local, o que os militantes e os trabalhadores, principalmente aqueles que votaram no partido precisam é de uma explicação politica profunda para o facto de não se sair da CEPA TORTA, para mais quando as condições politicas criadas pela crise económica capitalista e os próprios limites do capitalismo nos beneficiam.


Porque razão Santana Lopes nos elogia e defende um Governo com a nossa participação.


Para nos confortares dizes-nos que " continuamos a luta com as nossas fragilidades e a nossa invencivel força e vontade de FAZER O FUTURO CHEGAR DEPRESSA..."

Mas qual futuro, aquele que é proposto no PROGRAMA "Por um Portugal a produzir!"? que foi pensado nos interesses de desenvolvimento das empresas capitalistas e da economia nacional capitalista?

Mas qual futuro,e que força "invencivel"se se congela e modera a luta contra as medidas de austeridade do governo, permitindo-se a este a aplicação das medidas a seu BELO PRAZER e de tal forma que já está na calha uma nova ofensiva.Que de tão moderada que é a nossa politica, que até os defensores mais reaccionários do capitalismo nos elogiam e até nos propõem para um governo de salvação nacional, como é o caso de Santana Lopes.

Mas qual socialismo a conquistar, se o programa do partido não defende a Revolução Socialista e a Ditadura do Proletariado e continua a defender as teses pacifistas de transição para o "socialismo" e se limitam a legalidade "democrática" burguesa.

Carlos Henrique