sexta-feira, abril 01, 2011

Que alternativas tem a esquerda?


Intervenção [foi mais ou menos assim... como a "passei a limpo" no voo(u) de regresso] em Bruxelas, a 31 de Março de 2011, na GUE/NGL (grupo a que pertence, confederadamente o PCP) Conference on SOCIAL EUROPE - crisis & EU Governance: the left response


Obrigado, senhor presidente,

Uma dúzia de anos de tarefa nesta frente de luta não me é indiferente, e é com alguma emoção que volto a estes lugares, a este Parlamento. E passo já ao tema, dado o pouco tempo.

Perante um processo histórico objectivo, o caminho percorrido, do “mercado comum” a esta União Europeia, foi sendo resposta de classe, condicionada pelas relações de força sociais mutáveis.

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Financeirizou-se bancariamente até à demência, em desfavor da produção de riqueza e, por isso e para isso, dos trabalhadores.

Cito expressões significativas de um momento decisivo desse percurso:

núcleo super integrado-periferias

duas velocidades

coesão económica e social.

A “crise” veio – ou pode ter vindo - clarificar, em situação de catástrofe e “quase-colonial” (como acabei de ouvir*, no uso de caracterização que começa a ser de alargada utilização).

Confirmam-se análises marxistas sobre o funcionamento do capitalismo.

Do Conselho Europeu de 24/25 de Março, e da sua declaração e anexos, resultou uma demonstração documental do domínio do grande capital financeiro, com o pacto euro mais e a criação do mecanismo europeu de estabilidade, que obriga a alteração no ratificado Tratado, a consagrar uma “troika” Comissão, BCE, FMI, FMI que, assim, se introduz, institucionalmente nos mecanismos ditos comunitários.

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Que alternativas?

Retomo o final de intervenção na iniciativa do Grupo em Lisboa, no preciso dia 25 de Março.

A esquerda só poderá conceber essa resposta no quadro de uma luta.

Antes de mais, de massas, com as massas, com os trabalhadores, com os povos.

A nível e representação institucional, pela negociação entre Estados-membros soberanos, nomeada e urgentemente a negociação firme da participação na UEM (e sem exclusão de alternativas), com a questão nuclear do euro e da dívida, sem abstrair de todo o processo de endividamento.

Também a cooperação entre Estados vítimas do caminho percorrido de divergência, bem ao contrário das promessas de convergência, que nem nominativa consegue ser, e é o seu inverso regional e socialmente.

Há uma luta a continuar, nalguns casos a retomar!

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* - John Monks – secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos

(pode ser "ouvista" aqui, entre as 2h e 31 m e as 2h e 37 m)

7 comentários:

Pata Negra disse...

Convencer os mais das alternativas de esquerda - eis a pedra que temos para partir!
Mas já cá estás?! Então ajuda a apagar o fogo! O fogo, não! O fumo!
Isto vai cá uma fumaça!
Um abraço com tosse! Isto, a situação, a conjuntura, a crise, não me aquece nem me arrefece, dá-me tosse!... O lenço a acenar o adeus... a mão erguida... não tenho a boca protegida... desculpem lá, não ia virar-me para os meus!....
Já dei o abraço?! Então, até...

GR disse...

Eles querem lã saber das massas...do povo!
Gostei de ouvir e de te ver e ficamos cá com um orgulho, o nosso Partido esteve muito bem representado.
Já enviei para todos.

(ver e ouvir aos 02:32:02)

Gd Bj,

GR

Jorge Manuel Gomes disse...

Afinal não estamos sós, Camarada!

Temos, na Europa, muitos que pensam como nós, muitos que vêm o Mundo como nós o vemos.

A luta continua, lá como cá!

Um abraço desde Vila do Conde,

Jorge

samuel disse...

É preciso realizar encontros destes... e fazer com que se saiba que se realizam. Cada vez mais.

Abraço.

Jorge Manuel Gomes disse...

Camarada Samuel,

Concordo plenamente. É uma das tarefas do Partido, que é o nosso!
É precisamente por isso que o Camarada Sérgio não tem um minuto de descanso, sempre de um lado para o outro.
Já estamos com saudades de o "ouver" aqui pelo Norte.

Um grande abraço desde Vila do Conde,

Jorge

Fernando Samuel disse...

A continuar, a retomar... e cada vez com mais força.

Um abraço grande.

Graciete Rietsch disse...

Camarada Sérgio, não sei que dizer para além de te envar um abraço de sincera admiração pelo grande contributo que dás à luta.

E também um beijo.