quarta-feira, abril 13, 2011

Reflexões lentas... a partir de "notícias"

Depois de dois dias na Covilhã, em que se mesclou de forma diria comovente um reencontro com uma amizade nascida há mais de 40 anos, em momento inapagável de vida e de luta política, com acção de comunicação e informação talvez um pouco atípica (para quem a promoveu e acolheu e para mim, que a ela fui convocado), aqui regresso, de passagem a rotinas que nunca rotineiras se tornam.

Actualizo-me, leio as "notícias", mastigo-as, algumas "agarram-me":

Banca deve menos dois mil milhões ao BCE Marta Marques Silva 13/04/11 00:05 ________________________________________


É a primeira queda mensal desde Novembro de 2010. Os bancos nacionais cortaram a factura junto do Banco Central Europeu (BCE) em dois mil milhões de euros, no mês de Março. De acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal, a instituições portuguesas devem agora 39,1 mil milhões de euros, naquela que é a primeira queda mensal desde Novembro. O BCE é, desde há quase um ano, a principal fonte de financiamento dos bancos portugueses mas Jean-Claude Trichet, presidente da instituição, já sinalizou por várias vezes a necessidade da banca diminuir a dependência do financiamento comunitário. Nos últimos meses, os bancos portugueses têm diversificado as fontes de financiamento, principalmente através do recurso à venda de activos com acordos de recompra e da titularização de carteiras de créditos. Em Janeiro, os bancos nacionais tinham 7,9 mil milhões em venda de activos com acordo de recompra, o que compara com 5,2 mil milhões no mês homólogo e 1,6 mil milhões em Janeiro de 2009.


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Paro para pensar.


Reflictamos um pouco.


Comecei por conhecer e usar - e, depois, estudar - os bancos como os locais, entidades, instituições, que substituíam os "pés-de-meia", os "fundos-de-colchão", as "gavetas-das-sobras", os sítios onde se depositavam as nossas "economias", para ficarem mais seguras. Também para desses depósitos do que era nosso, recebermos umas pequenas retribuições, variáveis segundo o tempo que possibilitávamos a essas entidades de usarem o que nosso era nas suas actividades. Ou seja, para emprestarem a outros o que a elas emprestávamos, recebendo também uma retribuição pelo que, sendo nosso, emprestavam a outros - ou a nós mesmos... -, isso sendo a sua vocação, disso fazendo o seu negócio.


Estou a escrever sobre "spreads", sobre movimentos que têm, agora, nomes esquisitos. Porque as coisas se foram complicando, como as denominações, como a vida, como as relações sociais. Mas não deixaram de ter essa matriz, de se fundarem no que é nosso, fruto do que tudo cria, do nosso/humano trabalho, e que, sendo nosso, outros usam em seu proveito e em nosso desfavor!


Por aqui fica, por agora, a reflexão.


1 comentário:

Jorge Manuel Gomes disse...

"Reflexões lentas..." mas interessantes.
Nunca tinha pensado nestes termos.
Muito se aprende e se apreende neste "cantinho" da blogosfera.

Um abraço desde Vila do Conde,

Jorge