BPN e os desavergonhados sofismas

No folhetim do BPN não falta nada.
Desde Novembro de 2008 (fora os antecedentes) sucedem-se os sucessos surpreendentes. Embora, na apreciação da "nacionalização" na Assembleia da República, o PCP e o PEV, a juntar ao voto contra e à denúncia da inadmissível exclusão da SPN da operação que separou a carne dos ossos, tenham avançado com a segura previsão do enorme acréscimo do "buraco" já então visível, e dos imensos fundos públicos que essa operação iria delapidar, o tão decantado (quando é hora disso) "dinheiro dos contribuintes".

Estamos perante mais um episódio. Com factos e afirmações surpreendente... sem serem surpresa.

Diz um jornal

Diz outro

(...) O presidente do BIC, Mira Amaral, disse esta segunda-feira à Lusa que o banco angolano vai despedir 830 trabalhadores do BPN, mantendo 750 postos de trabalho dos 1.580 que fazem actualmente parte dos quadros da instituição.

"Com este negócio acabámos por criar 750 postos de trabalho. Foi esse o acordo que fizemos com o Governo", afirmou Mira Amaral (...)

Umas brevíssimas notas:

• afinal, ainda havia alguma carne agarrada ao osso
• foi vendida ao desbarato, por 40 milhões de euros (longe muitas e muitas dezenas de milhões de euros do que se dizia que a carcaça iria valer)
• "carninha limpa" do osso pois os desempregados ficam por conta do Estado, isto é, dos tais contribuintes
• os desempregados não são 50% dos actuais activos mas, com mais precisão, mais de 52,5%
• quem comprou a "carninha limpa" ainda se vangloria de ter "criado" 750 postos de trabalho (de "colaboradores"!)... porque só vai destruir 830...

Não há limites para os desavergonhados sofismas.