Se teológicas foram pouco as conversas, sobre política e economia foram menos ainda.
Aproveito para marcar a diferença entre fazer turismo e viajar e visitar. É verdade que esta viagem, talvez mais que qualquer outra, tinha um cunho intelectual, todas as referências motivadoras eram, de certo modo, elitistas porque culturais daquela cultura livresca. O que é escrito sem qualquer sentido depreciativo ou de superioridade "em pino" (a tecnicamente chamada queda facial invertida…).
No entanto, escorregando-me o pé para a chinela, procuro sempre o contacto e o sentir dos viveres mais simples. Ainda que muito valorize as referências e reflexões e as visitas de outro tipo. Diria, como diz quem reduz as coisas a expressões simples, que “sou um político”. Procuro sempre, mesmo quando inadvertidamente, levar a conversa para essas áreas do viver quotidiano e como ele se organiza. Mas, olhado como turista, e não como cidadão viajante/visitante, raro tenho interlocutores. Aliás,desconfio que se não fosse assim também não melhoraria grande coisa...
Salário mínimo, regras laborais, organização sindical, estrutura política? Nada. Ou muito pouco de respostas, e as poucas com algum adivinhado mal-estar. Mesmo depois de um certo à vontade e mútua confiança.
Bem, o mais que consegui “arrancar” foi a ideia de que a sucessão (eleitoral!) de Mubarak pai por Mubarak filho não era bem vista, que incomodava. E alguma (ou muita) reserva quanto a Mubarak, o protagonista da política egípcia há 30 anos.
O facto é que, no avião, consegui – finalmente! – um jornal egípcio em inglês, The Egyptian Gazette, e li coisas interessantes que talvez estejam escritas noutros jornais com outros carecteres. Um artigo de “especialistas” prevê (em título) que “novo parlamento (a eleger, talvez…, em Novembro) não servirá os interesses do povo” porque se manterá a maioria do NPD (Partido Democrático Nacional), e não se tornará mais democrático, e os 88 lugares que eram ocupados pelos “Irmãos Muçulmanos” serão distribuídos por outros partidos sem nada alterar.
Aproveito para marcar a diferença entre fazer turismo e viajar e visitar. É verdade que esta viagem, talvez mais que qualquer outra, tinha um cunho intelectual, todas as referências motivadoras eram, de certo modo, elitistas porque culturais daquela cultura livresca. O que é escrito sem qualquer sentido depreciativo ou de superioridade "em pino" (a tecnicamente chamada queda facial invertida…).
No entanto, escorregando-me o pé para a chinela, procuro sempre o contacto e o sentir dos viveres mais simples. Ainda que muito valorize as referências e reflexões e as visitas de outro tipo. Diria, como diz quem reduz as coisas a expressões simples, que “sou um político”. Procuro sempre, mesmo quando inadvertidamente, levar a conversa para essas áreas do viver quotidiano e como ele se organiza. Mas, olhado como turista, e não como cidadão viajante/visitante, raro tenho interlocutores. Aliás,desconfio que se não fosse assim também não melhoraria grande coisa...
Salário mínimo, regras laborais, organização sindical, estrutura política? Nada. Ou muito pouco de respostas, e as poucas com algum adivinhado mal-estar. Mesmo depois de um certo à vontade e mútua confiança.
Bem, o mais que consegui “arrancar” foi a ideia de que a sucessão (eleitoral!) de Mubarak pai por Mubarak filho não era bem vista, que incomodava. E alguma (ou muita) reserva quanto a Mubarak, o protagonista da política egípcia há 30 anos.
O facto é que, no avião, consegui – finalmente! – um jornal egípcio em inglês, The Egyptian Gazette, e li coisas interessantes que talvez estejam escritas noutros jornais com outros carecteres. Um artigo de “especialistas” prevê (em título) que “novo parlamento (a eleger, talvez…, em Novembro) não servirá os interesses do povo” porque se manterá a maioria do NPD (Partido Democrático Nacional), e não se tornará mais democrático, e os 88 lugares que eram ocupados pelos “Irmãos Muçulmanos” serão distribuídos por outros partidos sem nada alterar.
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Cairo protesta:
no Cairo, terça-feira,
contra os rumores de que Gamal,
filho do Presidente Mubarak,
lhe sucederia.
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No entanto, o que mais procurava não eram estas informações mas as do sentimento da escassíssima amostra com que contactei, e da pouca que observei. E aí o obstáculo da língua foi enorme, juntamente com o que me faz crer que o inquérito posto no jornal sobre opinião relativamente à posição a tomar pela “oposição egípcia” - i) participar nas eleições; ii) boicotá-las, iii) não me interessa – terá grande maioria com a 3ª resposta.
Este é o problema que mais me (pre)ocupa: o esclarecimento, a tomada de consciência, a posição das populações/massas perante a organização social/económica/política em que vivem. Muito mais em Portugal, evidentemente, mas também no Egipto… ali a multiplicar por 8 como número… mais as ponderáveis ponderações qualitativas.
De qualquer modo, ainda encontrei coisas a que achei piada:
Este é o problema que mais me (pre)ocupa: o esclarecimento, a tomada de consciência, a posição das populações/massas perante a organização social/económica/política em que vivem. Muito mais em Portugal, evidentemente, mas também no Egipto… ali a multiplicar por 8 como número… mais as ponderáveis ponderações qualitativas.
De qualquer modo, ainda encontrei coisas a que achei piada:
"Então você quer beber água,
quer tomar duche
e ainda quer regar a sua terra?
Que ridículo desperdício de água!"
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Pois é! Falta falar dos gatos. E se todas as cidades têm gatos (e se não havia antes de "ela" chegar, "ela" descobre-os), e o Egipto é o país em que o gato é sagrado, Alexandria é a cidade dos gatos. Mas deixo-lhe esse encargo, ou melhor: para quê falar do que vai ser falado?
1 comentário:
O grande, grande problema é a tomada de consciência por parte do Povo,seja português, seja egípcio ou de outra nacionalidade qualquer.
E com a desinformação a que é sujeito, pior ainda!!!
Um beijo.
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