segunda-feira, setembro 20, 2010

Leituras necessárias

O materialismo histórico é uma leitura da História feita por duas vias que não serão carris paralelos mas que, sendo aparentemente paralelos (e, por isso, paralelos são), interagem, como se diz bem-falando.

As forças produtivas desenvolvem-se, incessantemente - o que não quer dizer linearmente -, pela relação do ser humano com a natureza de que é parte; essa acção do ser humano sobre a natureza materializa-se no contexto evolutivo de relações entre seres humanos, sociais.

As forças produtivas e as relações sociais de produção definem modos de produção específicos, que tudo condicionam nas formações sociais, mas só em última instância pois o modo de produção é condicionado pelas relações sociais, por tudo o mais num vai-vem em progressão dialéctica (não progressão aritmética ou geométrica...).

Por vezes, nas nossas humanas e históricas análises, valoriza-se mais o desenvolvimento das forças produtivas; por vezes, valorizam-se mais os estádios (que se sucedem) das relações sociais.

Só o equilíbrio é dialéctico, ou só a dialéctica é equilibrante.

O artigo de Rui Namorado Rosa no último O Militante é um excelente abanão em quem tenha a tendência (ou para ela esteja a ser conduzido) de esquecer ou desvalorizar a evolução das relações do ser humano com a natureza, o desenvolvimento das forças produtivas, o estado da existência e conservação dos recursos naturais ou adquiridos, por sobrevalorizada atenção para as relações sociais.

É um artigo de leitura necessária, indispensável.

2 comentários:

Mário disse...

Super e infra-estructura, mas, não estaria demais tratarmos as suas sub-divisões, cinzentas, ou não. Acredito que na sua explicação existam pontos fundamentais de inflexão, de inferência desta correlação, passível de ser, dessa forma, entendida pelas massas das quais faço parte.
Tomando este post como um passo mais nesse sentido.

Abraço

pd- e claro, manter o militante todos os dias desfolhado à cabeceira da cama.

Graciete Rietsch disse...

Desta leitura concluí que Natureza, relações humanas, produção e relações de produção andam sempre interligadas e só o equilíbbrio dialéctico entre elas pode conduzir à harmonia. É de facto necessário ter sempre O MILITANTE ao nosso lado.

Um grande abraço.