terça-feira, setembro 07, 2010

Tomar partido! (ajuda em adenda)

Um camarada e amigo, que muito me tem ajudado nestas reflexões, deixou-me dois comentários sobre pauperismo, que só agora, uma semana passada, li. Aproveito-os para, com ligeiríssimas alterações, fazer esta mensagem para lhe responder e agradecer, Obrigado, Ricardo.
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Para além da constatação de que as necessidades evoluem com o próprio desenvolvimento das forças produtivas e das «necessidades» de reprodução do sistema, não deveríamos considerar que a exigência de mais horas de trabalho aos trabalhadores para satisfazer as suas necessidades corresponde a um agravamento do pauperismo?
Ou seja, a contradição entre aquela que é a maior capacidade de produzir (e assim potencialmente satisfazer as necessidades dos trabalhadores), através de uma composição orgânica de capital em que a parte de trabalho vivo vai, necessariamente/tendencialmente, diminuindo, e a menor capacidade do trabalhadores satisfazerem as suas necessidades (observadas em termos relativos pelo maior número de horas ou maior peso de tempo necessário) não é demonstrativa do agravamento do pauperismo? Nas relações de produção que definem o modo de produção capitalista, a riqueza (produção de valores de uso) cresce mais rapidamente do que os trabalhadores são capazes de responder às suas próprias necessidades (afastados quaisquer juízos de valor sobre essas necessidades).
É que analisar o valor de troca da força de trabalho de uma forma estática (em quantidades e tipo de valores de uso constantes) poderá conduzir-nos ao erro de considerar que o bem-estar das populações aumentou ou que os trabalhadores hoje estão mais «ricos» porque adquirem mais valores de uso em relação a tempos passados.
Pode dizer-se que, devido ao desenvolvimento da luta e aos avanços revolucionários em 1975, um operário vivia melhor do que hoje, se bem que poucos tivessem televisão ou frigorífico e, menos ainda, um automóvel e, hoje, possam ter televisão, frigorífico, micro-ondas, computador, telemóveis e, talvez, dois automóveis...

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Camarada Sérgio, não vou falar sobre este teu último post, embora o tenha compreendido bem, mas sim falar-te um pouco da Festa. Não vou dizer-te nada sobre quanto ela me maravilhou. Isso seria repetir o que sempre sinto na FESTA. Apenas quero dizer-te que fiquei triste por não te ter visto e cumprimentado. Mas as ofertas são tantas, as emoções tomam conta de nós , o tempo voa e ,de repente, ao olhar para o relógio já tinha passado a hora das tuas intervenções.
De resto vim cansada mas cada vez mais encantada.
Vou continuar a ler e aprender com os teus post.
E isso é muito bom para mim.

Um grande abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

Querida Camarada - Ainda não foi desta! Também fiquei com muita pens de não nos termos finalmente conhecido pessoalmente. Fica a próxima...

Grande abraço