Mas agora – agorinha mesmo – decidiu-se. Há um poeta que fez um poema sobre as palavras que é incucável. Porque é… perfeito!, e no que é perfeito não se toca, nem com uma palavra a mais, ou a menos, ou outra.
Ele, esse poema de Eugénio de Andrade, aí vai.
AS PALAVRAS
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Mas depois, e porque é incorrigível, o cuco-que-sou-eu resolveu também publicar uma coiseca que escreveu, numa hora em que lhe deu para isso, sobre as palavras. No entanto, não teve o atrevimento de colocar entre essas palavras que aí ficam. Talvez amanhã…
3 comentários:
Venha pois a cuquice! Os euGénios têm sentido de humor...
Abraço.
Amanhã já não as leio... só quando voltar :(
Espero ansiosamente por elas.
Um beijo.
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