sexta-feira, setembro 10, 2010

A CRISE DO CAPITALISMO NA EUROPA E NA UNIÃO EUROPEIA (Festa do Avante! 2010) - 3

A divisão “europeia” do trabalho no quadro do imperialismo (“globalização”)

Numa esboçada divisão internacional do trabalho (DIT), referida a uma denominada “globalização” que outra coisa não é que o capitalismo na sua fase do imperialismo, adaptando-se, sobrevivendo, à evolução das forças produtivas, e condicionado pelo estádio da luta de classes. Nessa DIT, instável, hesitante, plena de contradições e de tensões inter-imperialistas ultrapassadas pelos arranjos intra-classistas, tem particular importância a livre circulação de capitais pelas criadas “auto-estradas da comunicação” associando telefone, televisão e informática. Que é recentíssima, dos anos 90, de ontem!
A adaptação, neo e ultra-liberal, promovendo a financeirização da economia, tal como o crime não compensa, e agrava as consequências da confirmação das leis fulcrais do marxismo relativas à economia, a da composição orgânica do capital e a da baixa tendencial da taxa de lucro.


O funcionamento do capitalismo

Ao mesmo tempo, criaram-se reservas de produção nos países mais desenvolvidos, ganhou foros de prática corrente a “deslocalização” e a ofensiva contra a economia produtiva nos países menos desenvolvidos entre os desenvolvidos, com desaproveitamento dos seus recursos.
Na divisão “europeia” do trabalho, potenciada pelas negociações em que houve demissão da defesa da soberania nacional. Por exemplo, Portugal viu o seu mar ignorado como “vantagem comparativa”, as suas capacidades de produção agrícola como concorrência a abater, o seu aparelho industrial desvalorizado e desmantelado.
A PAC reformou-se mas para financiar pousios, usaram-se fundos para abate de frota e diminuição da capacidade pesqueira para benefício de outros a quem se abriram os mares que nossos eram, acabou a indústria conserveira, desmantelou-se a siderurgia e os estaleiros, ignoraram-se problemas na indústria têxtil e na dos móveis.
Portugal passou a ser um país de circulação de “deslocalizações”, de serviços bancários, de uma economia não-produtiva e a fazer parte de uma “periferia europeia”, subdesenvolvida nos desenvolvidos ou em vias de subdesenvolvimento. Enquanto os recursos continuam a existir e é crescente o seu desemprego, dos recursos naturais, dos adquiridos e, mormente, da força de trabalho.

2 comentários:

Antuã disse...

Quem fala assim não é gago.

Graciete Rietsch disse...

Quer dizer o Planeta pertence a uma escassa meia dúzia ou nem isso.
É mesmo o imperialismo num elevado grau.

Um beijo.