Keynes dizia que a longo prazo estaremos todos mortos. Disse muito mais coisas, mas esta ficou como uma daquelas frases que fica para a História. Talvez porque se queira que frases como esta tudo sintetizem de um momento, de uma situação, de um pensamento, apesar de permitirem muitas e diversas leituras.
Agora, Jacques Attali
Agora, Jacques Attali
vem dizer que a curto prazo – dez anos! – estaremos todos falidos. E até, para melhor promover a sua inscrição na pequena história - que daí não passará, não obstante assessorias a Mitterand -, colocou-a na capa de um livro. Este “todos” somos nós, mas é muito mais o todo que somos como países... mas não todos os países porque é uma frase (e uma leitura) feita a partir de um centro do mundo e de um sistema que se recusam a deixar de ser como são.
Por isso, na ausência de, ou na não aceitação de outro mundo ou de outra maneira de viver o mundo, o destino nosso (de quem?) é o de falirmos porque não pode ser o de continuarmos a acumular cada vez mais capital-dinheiro nas mãos de cada vez menos. Aqui, neste centro do mundo e neste sistema, espalhe-se ele por que off-shores se espalhar.
Pátria ou morte, gritou-se. Então… a longo prazo, estaremos todos mortos.
Capitalismo financeiro ou falência. Então… a curto prazo estaremos todos falidos!
.
De Attali, além do título e da súmula no meu semanário de (des)predilecção, não sei se lerei mais. Como me dizia (mais ou menos) um amigo e camarada, era o que me faltava ter de comer as peras todas, obrigado a “saborear” as que se vê mesmo pisadas e “com bicho”, e ficar sem apetite para as que estão sãozinhas “como um pêro” e têm um gosto sempre novo e especial, que em cada uma se encontra sempre a razão de ser pêra… e a explicação para as mortes de longo prazo e as falências a dez anos.
Não que não tenha nada para aprender. Bem pelo contrário. Tenho é pouco tempo para tudo aprender onde há tanto para aprender em cada leitura que se faz de Marx, em cada reflexão que suscita. Apenas ler Marx? Claro que não. Mas, em Marx, procurar as "chaves" da compreensão das coisas e das outras leituras.
Podem acusar-nos de saber pouco do que por aí se publica. Pois é, mas “eles” pouquíssimo sabem – e nada querem saber (quais avestruzes…) – do que Marx escreveu e deixou pistas para que escrito fosse. Quer Attali, quer Keynes não terão em grande conta Marx como economista teórico. É problema deles, embora o queiram transformar em problema nosso.
E se Keynes ainda conseguiu “dar uma mãozinha” – e que mãozada! – ao capitalismo, com a intervenção do Estado na economia (aos serviço dos monopólios criados ou a criar) e essa coisa da procura efectiva, com a lucidez de ver que a economia tem de estar ligada à satisfação efectiva das necessidades das gentes, os actuais Attalis mostram, nas suas leituras, uma total incapacidade de sairem da teia da financeirização, do défice orçamental e da dívida pública, que outros montaram, curiosamente a partir da opinião contrária de Keynes.
É o dinheiro que se quer que tudo valha a nada a valer. É o dinheiro simbólico de que Max pouco falou mas adivinhou como possível nas dinâmicas do capitalismo que conheceu e dissecou se seguissem o caminho que seguiram. São as finanças, estúpidos.
Pátria ou morte, gritou-se. Então… a longo prazo, estaremos todos mortos.
Capitalismo financeiro ou falência. Então… a curto prazo estaremos todos falidos!
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De Attali, além do título e da súmula no meu semanário de (des)predilecção, não sei se lerei mais. Como me dizia (mais ou menos) um amigo e camarada, era o que me faltava ter de comer as peras todas, obrigado a “saborear” as que se vê mesmo pisadas e “com bicho”, e ficar sem apetite para as que estão sãozinhas “como um pêro” e têm um gosto sempre novo e especial, que em cada uma se encontra sempre a razão de ser pêra… e a explicação para as mortes de longo prazo e as falências a dez anos.
Não que não tenha nada para aprender. Bem pelo contrário. Tenho é pouco tempo para tudo aprender onde há tanto para aprender em cada leitura que se faz de Marx, em cada reflexão que suscita. Apenas ler Marx? Claro que não. Mas, em Marx, procurar as "chaves" da compreensão das coisas e das outras leituras.
Podem acusar-nos de saber pouco do que por aí se publica. Pois é, mas “eles” pouquíssimo sabem – e nada querem saber (quais avestruzes…) – do que Marx escreveu e deixou pistas para que escrito fosse. Quer Attali, quer Keynes não terão em grande conta Marx como economista teórico. É problema deles, embora o queiram transformar em problema nosso.
E se Keynes ainda conseguiu “dar uma mãozinha” – e que mãozada! – ao capitalismo, com a intervenção do Estado na economia (aos serviço dos monopólios criados ou a criar) e essa coisa da procura efectiva, com a lucidez de ver que a economia tem de estar ligada à satisfação efectiva das necessidades das gentes, os actuais Attalis mostram, nas suas leituras, uma total incapacidade de sairem da teia da financeirização, do défice orçamental e da dívida pública, que outros montaram, curiosamente a partir da opinião contrária de Keynes.
É o dinheiro que se quer que tudo valha a nada a valer. É o dinheiro simbólico de que Max pouco falou mas adivinhou como possível nas dinâmicas do capitalismo que conheceu e dissecou se seguissem o caminho que seguiram. São as finanças, estúpidos.
Essa é a falência!
5 comentários:
Gosto muito,também,de pêras bichosas.Os bichinhos são mais espertos e escolhem as melhores.
Gosto de dividir com todos os bichinhos.
Um abraço,
mário
Estas tentativas de desanimar e condenar os povos à exploração servem também para demonstrar a justiça e urgencia que há no derrubamento do capitalismo. Ai não haveria Keynes nem outros que tais para nos condenar, só esperança num mundo melhor
Abraço
Não percebo muito de Economia ,mas comprendo que uma política posta ao serviço do grande capital nunca poderá beneficiar o Povo, digam os Keynes o que disserem .
Mesmo que se consiga, em alguns países,um certo equilíbrio terá que haver sempre exploradores e explorados pois quando se acumula num lado noutro há-de faltar.
Um grande abraço desta aluna bastante ignorante.
Belo texto... mas hoje nem era preciso. Só com o "Entre mortos e falidos" do título e o "Só me faltava ter que comer as peras todas", estava o dia ganho! :-)))
Abraço.
comer e calar?
JAMAIS!!!
Eles insistem em alimentar um sistema podre. "cuidado com o desaparecimento do euro", dizem eles. "cuidado com o desaparecimento dos serviços de estado" , continuam eles.
Mas que porra! Será que sou cego?
Será que isso não está de facto a acontecer já?
Outra: temos de ensinar a esse economista onde fica Portugal.
Que tb anda em maus lençois e que não é nenhum estado federal.
A opulencia pode embrutecer.
abraço do vale.
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