Gosto de ler Sophia. Assim, com ph positivo! E não me inibo a mudar-lhe o tempo dos verbos (e não só), trazendo para hoje o que ela cantou ontem, como esta Cantata da Paz, de que o Francisco Fanhais fez canção. Vou "cucá-los" (aliás, de cada vez que a canta, o Xico Fanhais... "cuca")!
À maneira de
Sophia de Mello Breyner Andersen
CANTATA DA PAZ e da luta
Vimos, ouvimos e lemos,
não pudemos ignorar.
Vimos, ouvimos e lemos,
não fugimos a lutar
Vimos, ouvimos e lemos
relatos de muitas fomes,
caminhos de tanta injustiça,
a linguagem do terrorismo.
A bomba de Hiroshima
foi vergonha de nós todos,
e tudo reduziu a cinzas,
homens, mulheres, crianças
De África e do Vietname
chegou-nos revolta e esperança,
e o grito de povos destroçados
deu força e confiança à nossa luta.
Nada conseguiu apagar ou apagará
o concerto e a fúria do nosso brado,
a nossa idade foi a da solidariedade,
o nosso tempo continua e continuará.
5 comentários:
Olá Sergio, estou de passagem visitando seu blog.
Apenas um detalhe. Respeito Sophia, grande poetisa.
Somente para você pensar, a não é um conceito. A paz é um espaço, um espaço dentro de cada pessoa. Se temos espaço para paz... Essa é outra questão. Me desculpe a intromissão.
Belo poema cucado!!!! vemos e continuamos a ver como tu dizes.
Portanto, não podemos ignorar!
Um beijo.
Essa de «a bomba de Hiroshima» ser «vergonha de nós todos» sempre me fez protestar... - e perguntar: nós todos, quem?...
Um abraço.
Sempre actual, a cantiga e a versão "cuca"...
Mas estou como o Fernando Samuel. Eu ainda não tinha nascido quando lançaram a bomba... e mesmo assim, se me tivessem perguntado, era contra.
Posso ter vergonha de algumas coisas, mas dessa tenho apenas nojo!
Grande abraço.
Gostei desta tua 'cuquice'.
Beijo.
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