A mercadoria como artigo de dicionário, ou “entrada”?… já lá vamos.
Antes, ainda, e por causa daquela discussão que referi em anterior mensagem, deixo ainda uma última citação de Pierre Vilar (e muitas mais faria, ou virei a fazer, noutros tempos e lugares). Diz ele: «Depois de Sweezy, Schumpeter, Joan Robinson, deixou de se discutir em Marx a sua qualidade de economista teórico (como o fez Keynes e o faz ainda P. Bigo); mas será igualmente errado procurar nele o economista puro (sublinhado no original), que da economia faz uma filosofia de existência. Definimo-lo como “o primeiro cientista que propôs à verificação experimental uma teoria da evolução das sociedades”.»
Estarei agora (mais) liberto para tratar do que motivou esta série de mensagens. Da mercadoria enquanto “entrada” no Dicionário de Jean Romeuf.
O certo é que confrontei, de novo, o facto verdadeiramente insólito de um dicionário de economia “sério”, com uma posição em que se lhe pode encontrar uma preocupação científica – até pelos colaboradores e a “abertura” –, não trazer a “entrada” mercadoria ao chegar à tradução para edição em português.
Ainda algumas notas prévias deixarei, por exemplo com referência a um projecto frustrado, como tantos outros e, como tantos outros, retomados mais adiante e de outras formas, que foi o do Pequeno Dicionário de Economia (PeqDicdEc),
editado pela Prelo, que tinha a intenção bem explícita «… talvez mais do que qualquer outro (…) ser simples, directo, o contrário do especulativo. E curiosamente (ou, talvez…, dialecticamente) aparece aliciante a oportunidade de, por forma complexa, apresentar o simples, de, por hipérbole, afirmar o directo, de, com especulações, se negar a intenção especulativa.» Antes, ainda, e por causa daquela discussão que referi em anterior mensagem, deixo ainda uma última citação de Pierre Vilar (e muitas mais faria, ou virei a fazer, noutros tempos e lugares). Diz ele: «Depois de Sweezy, Schumpeter, Joan Robinson, deixou de se discutir em Marx a sua qualidade de economista teórico (como o fez Keynes e o faz ainda P. Bigo); mas será igualmente errado procurar nele o economista puro (sublinhado no original), que da economia faz uma filosofia de existência. Definimo-lo como “o primeiro cientista que propôs à verificação experimental uma teoria da evolução das sociedades”.»
Estarei agora (mais) liberto para tratar do que motivou esta série de mensagens. Da mercadoria enquanto “entrada” no Dicionário de Jean Romeuf.
O certo é que confrontei, de novo, o facto verdadeiramente insólito de um dicionário de economia “sério”, com uma posição em que se lhe pode encontrar uma preocupação científica – até pelos colaboradores e a “abertura” –, não trazer a “entrada” mercadoria ao chegar à tradução para edição em português.
Ainda algumas notas prévias deixarei, por exemplo com referência a um projecto frustrado, como tantos outros e, como tantos outros, retomados mais adiante e de outras formas, que foi o do Pequeno Dicionário de Economia (PeqDicdEc),
Ser simples, directo… uma obsessão que, no entanto, não pode ceder um milímetro à facilidade, á ausência de rigor!
As palavras, o vocabulário! Dizia Emílio Bottigelli (citado na introdução do PeqDicdEc): «O problema da exactidão do vocabulário é um problema delicado. É certo que durante algum tempo subsistem em Marx termos que estão relacionados com conceitos antigos, mas cujo conteúdo é novo. Mas como é possível apartar o que representa sobrevivência, e se tornará caduco, daquilo que é sinal de um pensamento novo? Como é que se pode datar a transição de um pensamento científico?»
E... sobre mercadoria?
No PeqDicdEc, que era um dicionário atípico, com as palavras a “arrumarem-se” não por ordem alfabética mas por um critério (claro que muito discutível) de oportunidade, nesses anos de 1974 a 1978!, lá está, mas apenas no 4º volume porque, antes, pareceu importante (se alguma tinha ou teve) definir e reflectir sobre nação, economia política, teorias económicas, valor, exploração capitalista, classes sociais, classe operária, classes médias, sindicato, mais-valia, trabalho, estatística, “entradas” do 1º volume.
Era o meu blog de então…
1 comentário:
Há sempre prioridades e aquilo a que muitos chamam caduco é, muitas vezes, de uma actualidade espantosa.
Beijos.
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