Foi o 1º orçamento rectificativo ao Orçamento de Estado para 2011. O 1º, porque o ministro já confirmou o anúncio de outro para o outono.
Foi hoje apresentado na Assemebleia da República.
- Um orçamento rectificativo seria natural. O Governo de maioria absoluta por coligação fez um mezito. O OE do governo anterior (OE2011), com base numa maioria simples derrotada nas eleições do princípio de Junho poderia justificar rectificações deste governo neste começo de Agosto.
- No entanto, o OE2011 inseria-se numa sucessão de PECs e outras malfeitorias, e este orçamento rectificativo está em condições de continuar a ordem da numeração, de que se perde já a conta… porque alguns dos maléficos documentos não estão numerados.
- Mas há mais: este rectificativo vem dar satisfação obediente a exigência (de quem?, da troika, dos bancos, ou dos dois?) no “memorando de entendimento”, entendimento em que se incluiem o anterior e o actual governo – com os bancos por detrás e a forçarem, claro.
- E há pior: o que o ministro veio rectificar foi um aumento de 2,8 mil milhões de euros para a banca, a título de prudência e garantia para o sistema, passando de 9,2 para 12 mil milhões de euros, mais 30%! (como os diques na Holanda, disse ele... com aquele se ar sonso insonso)
- Dado que o ministro afirmou, insistentemente, a robustez do sistema bancário (vê-se pelo BPN, por exemplo), é caso para dizer que o rectificativo é uma espécie de suspensórios para quem já tinha cinto de boa qualidade e melhor marca.
- Ao mesmo tempo, com outras medidas, que até dispensam rectificativos, já há quem (trabalhadores, pensionistas, micro, pequenos e médios empresários) comece a nem cinto ter para apertar as calças, calças que, por este caminho, virarão farrapos para esconder as misérias.
- Mais do mesmo? Não. Pior que o mau. E, para quem tivesse dúvidas e se quisesse informar, a confirmação de que melhor não teria sido com os mesmos do 1º semestre a fazerem o mesmo, a mesma política obediente e cega… embora talvez com colorações diferentes e trocas de lugares. E de clientelas.
5 comentários:
Começo a não distinguir o que é mais insuportável neste governo e nestes ministros; se as medidas, se as justificações...
Abraço.
Este desgoverno começou, não com brandos costumes, mas com a maior dureza e trafulhice que alguma vez existiu. Dizia um comentador; “o povo não se revolta porque é resignado e como católico está habituado a sofrer calado.” Será? Até quando? O comentador é otário, o povo não!
Resta-me a consolação de insultar do pior, os que perto de mim dizem: “Votei neles e estou arrependida/o!”
Bjs,
GR
De facto já começam a aparecer os novamente enganados que de tantas vezes enganados já foram promovidos a cornudos.
Quanto a mim as notícias vão aparecendo aos poucos na tentativa de ir habituando as pessoas a sofrer mais. Mas tudo tem limites e espero que a revolta não tarde muito.
Um beijo.
De muito mau para pior, mas com os necessários entendimentos entre os "troikistas".
Um beijo.
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