- (bis) O processo histórico (para tudo dizer das dinâmicas sociais várias), com a assalariação (ou o assalariamento) de largos estratos da população polariza a estratificação social, por efeito da concentração e centralização (e financeirização) do capital, e muito do que hoje se chama "classes médias" são "classe operária e outros trabalhadores" (outra designação que procura adaptar conceitos à realidade sempre em mudança), falsos empresários, trabalhadores aparentemente independentes, recibos verdes e precariedade por fragilização e/ou ausência de explícito vínculo laboral. Mas só o são objectivamente porque, subjectivamente, por ausência de consciência de classe, são – conservadoramente e, por vezes, com formas extremas de reaccionarismo – aspirantes a serem … "classe burguesa". Para isso contribui a campanha ideológica com terminologia que usa e abusa de expressões como “classe média” e “classes médias”.
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adenda à adenda: - (rebis) Isto escrito e transcrito, comentários que entretanto foram feitos no anterior post, levam-me a sublinhar que apenas escrevi o que escrevi como “boas pistas de esclarecimento".
Aliás, O Manifesto é também, entre tantas outras coisas, um exemplo de abertura de caminhos de reflexão e nunca um texto acabado. É, como claramente o foram dizendo os autores, um documento histórico (e datado: 1848!) em que, por isso, não se toca… mas que se corrige e se acrescenta, prefácio a prefácio, documento a documento, em resultado do contínuo estudo e aprofundamento das matérias. Com seriedade e humildade.
segunda-feira, julho 21, 2008
"classe média" e "classes médias" (adenda)
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2 comentários:
Imagino que o gozo que me dá ler-te seja inferior ao que te dá escrever.
Apetece-me "saltar degraus" e avançar rapidamente mais para a frente no MH.
E porque "só a classe operária é verdadeiramente revolucionária porque é a única que não tem nada a perder", estou curiosa para ler a tua caracterização da actual classe operária, tendo em conta o desenvolvimento tecnológico entretanto implementado.
Tenho que começar a ler-te logo de manhã, com a cabeça mais fresca, para não "dizer besteira"...
Abreijos
Ó ti'Maria... e o gozo que me dá ter comentários (não lá muitos) como o teu!
Mas, atenção, isso das classes médias e tal-e-coisa é fora do carreiro, e suscitado por um outro comentador. Não não é (ainda) do carreirinho do MH...
Lá chegaremos - se lá chegarmos...- à magna questão que tu levantas, da "caracterização da actual classe operária". Talvez não a tempo de um certo congresso que já no anterior pegou nisso com alguma audácia e que, com audácia, terá de lhe voltar a pegar. Assim como no xixº e no xxº.
O problema, quanto a mim, é que se vai pouco às origens, ao processo, às dinâmicas. Quer-se chegar logo aos finalmentes, como dizia o outro...
Eu também mas em jeito de io-io ou de vai-vem.
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