Ao muito fundo, colectivo e solidário sentimento de tarefa cumprida (como creio que foi como o Fernando Samuel muito bem traduziu o que tantos sentíamos e endossávamos ao nosso Francisco Lopes), veio juntar-se o que talvez seja ajustado chamar cansaço de frustração. Os resultados não foram o que a nossa luta merecia, o que a mobilizadora campanha nos levava a esperar.
Como comecei a sentir – e a dizer – ao longo dos dias de campanha, eleições e os seus resultados são um “termómetro” do lado subjectivo das massas, nas condições objectivas em que estão/amos a viver.
A análise em termos de vitórias e derrotas não interessa, e não entro nessas pouco desportivas, e ainda menos políticas, competições. Deixo-a para os que com elas se entretém e nos provocam.
Apenas menos de um em cada quatro portugueses que o poderiam fazer escolheram aquele PR (23%), as condições objectivas da situação dos portugueses levou muitos a dizer, votando, que acham que a culpa é “dos políticos” – não das políticas! –, e por isso votaram significativamente nalguns que se apresentaram como "não-políticos" ou "anti-políticos" e assim fizeram a sua campanha (mais que a votação em Nobre, a votação em Coelho dá que pensar), abrindo um refúgio para a fuga ao voto na candidatura do alvo de todos os preconceitos e pré-juizos que foi a nossa, a de Francisco Lopes. Não menos significativa foi a opção, aliás não inocentemente preparada, incentivada, do voto branco ou nulo (quando este não foi um traço mal feito, fora ou em mais que um quadrado).
O elevadíssimo nível de iliteracia funcional e de incultura políticas, manifestação da doença da democracia, tão estimulado pelos interesses dominantes e dominadores, teve esta expressão. Que não esconde, antes torna evidentes, a lenta e escolhosa tomada de consciência das causas de uma situação que provoca indignação e protesto, ainda que, por agora, protesto inconsequente porque sem efeito ou com efeito perverso.
Em números redondos, Cavaco perdeu, em relação a 2006, meio milhão de votantes, aquela que se pretendia afirmar como “esquerda alternativa” (Alegre + BE + PS) afundou-se nas suas contradições e ambiguidades, centenas de milhar de votos em Nobre, Coelho, em branco e nulo foram escape e refúgio para outros tantos portugueses que… ainda não (e muitos que… nunca nesses!, tal a força do preconceito).
A realidade continua, a situação objectiva em degradação social continua. Como a luta!
Como comecei a sentir – e a dizer – ao longo dos dias de campanha, eleições e os seus resultados são um “termómetro” do lado subjectivo das massas, nas condições objectivas em que estão/amos a viver.
A análise em termos de vitórias e derrotas não interessa, e não entro nessas pouco desportivas, e ainda menos políticas, competições. Deixo-a para os que com elas se entretém e nos provocam.
Apenas menos de um em cada quatro portugueses que o poderiam fazer escolheram aquele PR (23%), as condições objectivas da situação dos portugueses levou muitos a dizer, votando, que acham que a culpa é “dos políticos” – não das políticas! –, e por isso votaram significativamente nalguns que se apresentaram como "não-políticos" ou "anti-políticos" e assim fizeram a sua campanha (mais que a votação em Nobre, a votação em Coelho dá que pensar), abrindo um refúgio para a fuga ao voto na candidatura do alvo de todos os preconceitos e pré-juizos que foi a nossa, a de Francisco Lopes. Não menos significativa foi a opção, aliás não inocentemente preparada, incentivada, do voto branco ou nulo (quando este não foi um traço mal feito, fora ou em mais que um quadrado).
O elevadíssimo nível de iliteracia funcional e de incultura políticas, manifestação da doença da democracia, tão estimulado pelos interesses dominantes e dominadores, teve esta expressão. Que não esconde, antes torna evidentes, a lenta e escolhosa tomada de consciência das causas de uma situação que provoca indignação e protesto, ainda que, por agora, protesto inconsequente porque sem efeito ou com efeito perverso.
Em números redondos, Cavaco perdeu, em relação a 2006, meio milhão de votantes, aquela que se pretendia afirmar como “esquerda alternativa” (Alegre + BE + PS) afundou-se nas suas contradições e ambiguidades, centenas de milhar de votos em Nobre, Coelho, em branco e nulo foram escape e refúgio para outros tantos portugueses que… ainda não (e muitos que… nunca nesses!, tal a força do preconceito).
A realidade continua, a situação objectiva em degradação social continua. Como a luta!
10 comentários:
Ninguém me tira da cabeça que o MA foi candidato de propósito! Assim o pm viu-se livre dele para sempre ;)
Os 4,5 do coelho são de facto para reflectir de uma forma especial... mas o fenómeno nobre (fenómeno???) também deve ser escalpelixado.
Bom dia outra vez.
Passa pelo "cravodeabril" e l~e o último comentário.
Parece-me que o Carlos tem alguma razão no que diz.
Um Abraço
Filipe
Uma reflexão muito bem feita que me ajuda a reflectir.
Campaniça
Maria - lixado... dizes muito bem! São as válvulas de escape, para que as massas se juntem a quem faz política de massas.
Filipe - li... ajuda à reflexão. como tudo, mas no caso com o apoio do que continuo a considerar boa-fé, isto é, não obsessiva fixação contra nós. E mais não digo, agora e aqui.
Campaniça - que bom ter a "prova" de que estás a acompanhar-me!
Abreijos
Depois de passado cansaço/frustração espero que fique, bem enraizada, a certeza de que é preciso fazer mais...
Abraço.
Samuel -- evidentemente!... e melhor!
Grande abraço
Não posso deixar de estar triste. O nosso candidato e todos os que ao lado dele estiveram e trabalharam duramente, com destaque para os mandatários, mereciam muito mais.O Povo português também.
Mas o preconceito vale mais que a razão.
CONTINUEMOS A LUTA.
Um beijo.
Continuemos a luta que é o nosso fado.
Pintassilgo
Olá camarada, no dia 26 de outubro de 2009, home safusso pediu-te um comentário sobre 2 termos económicos. Penso que não lhe respondeste, ficaria feliz que o fizesses agora. Um abraço.
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