segunda-feira, abril 18, 2011

Portugal vs Chile

A 26 de Março, o Expresso editava o seu terceiro "países como nós", depois de o ter feito com a Bélgica e o a República Checa.

Achei interessante acompanhar a série, publiquei comentários sobre essas duas comparações e separei as páginas para continuar a fazê-lo. E a isso estou. Mas muito atrasado porque, depois deste Portugal vs Chile, já foram publicadas páginas de Portugal vs Irlanda, Finlândia e Grécia, comparações que muito mais nos interpelam que a que aqui trago com o Chile. Logo estes três... tão nas nossas preocupações deste momento. Histórico.

Por isso, passarei a correr pelo longínquo (em quilómetros e anos...1973) Chile como nós, para ver se algum tempo recupero para os "europeus", antes de partir para a Nova Zelândia (pelo Expresso...).


Pois do Chile deixarei dito que o estudei, e que anotei duas ou três observações




  • mais população (17 milhões vs 10,6 milhões) e menor PIB por cabeça (6,9 mil vs 15,8 mil)


  • um endividamento público muito menor (22,1% do PIB chileno vs 82,8% do PIB português)


  • um endividamento das famílias (em percentagem do rendimento) também muito menor (59% vs 129%)


  • uma enorme dispersão na distribuição de rendimentos herdada da ditadura, e pouco corrigida (o rendimento médio dos 20% mais ricos seria 15,7 superior ao rendimento médio dos 20% mais pobres, enquanto essa relação, em Portugal, seria de 1 para 6, das maiores na nossa "região").

Estas páginas merecem o meu interesse, citam as fontes habituais e são, notoriamente, trabalhadas por uma empresa (pwc) em parceria com o semanário. Sublinho que o comentador de serviço, Diogo Freitas do Amaral, escolheu (?) o título "melhor que nós na educação" (!) mas não se sabe muito bem a partir de que indicadores, decerto da percentagem de licenciados entre os 30 e os 34 anos, que em Portugal é de 21,%, e não do facto do Estado chileno apenas despender 2,7% das suas despesas com educação enquanto Portugal gastaria 5,3%.


No entanto, no IDH (do PNUD), em que os indicadores económico-financeiros são ponderados com indicadores de saúde e educação, o Chile está perto de Portugal (é o 45º vs 40º),estando acima da média da sua região, nessa anotação das Nações Unidas.


Tudo exige estudo. E sério!



1 comentário:

GR disse...

O endividamento público e por famílias é abismal.
Na realidade penso que propositadamente os sucessivos governos de direita (PS/PSD/CDS) que fomos tendo nos últimos anos, levaram os cidadãos a endividarem-se, para os terem agora “na mão” daí o medo dos trabalhadores perderem o emprego, estarem confusos e votarem mal.
No que respeita à Educação, o último governo manipularam os dados, beneficiando o interesse do grande capital. Fizeram crer com as Novas Oportunidades que grande maioria de analfabetos ficaria com o 12º ano ou seja o secundário. Já no Superior tivemos o Processo de Bolonha. Assim, fico sempre desconfiada com as percentagens portuguesas.
Pergunta,
Tendo lido os objectivos da política do Clube BILDEBERG onde muitos portugueses estiveram nas “ocultas” reuniões, eles assim o exigem quer para Educação, endividamento, etc. Sócrates (esteve na reunião de Stresa de 2004) cumpre fielmente as ordens dos BILDEBERG!

Bjs,

GR