terça-feira, fevereiro 10, 2015

A armadilha da dívida externa








Económico


Oficial: Governo quer antecipar 

pagamento de 14 mil milhões ao FMI

MARIANA ADAM








O Governo português já formalizou o pedido para antecipar o pagamento dos empréstimos contraídos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), confirmou fonte oficial das Finanças.
Em carta endereçada por Maria Luís Albuquerque a Bruxelas, o Executivo português solicitou autorização para amortizar, ao longo dos próximos dois anos e meio, o pagamento de 14 mil milhões de euros ao Fundo em várias tranches. Um valor que representa um pouco mais de metade do empréstimo cedido pelo organismo liderado por Christine Lagarde.
O assunto está na agenda da reunião do Eurogrupo agendada para a próxima segunda-feira, onde o pedido português poderá mesmo ser logo aprovado. Ao ‘ok' de Bruxelas seguir-se-á à aprovação em alguns parlamentos nacionais, tal como aconteceu no caso irlandês. Só depois começará a negociação com o FMI, nomeadamente sobre o valor das tranches e taxas de juro.
Com a descida das ‘yields' em mercado secundário, e respectiva baixa nos custos de financiamento do Estado, o reembolso ao FMI tornou-se apetecível, pois Portugal consegue hoje levantar fundos a um custo mais baixo do que o juro associado aos empréstimos do Fundo.
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Então é assim: o "amigo" (cumprindo instruções "amigas") veio em socorro dos "aflitos-porque-ninguém-lhes-emprestava-nada" para pagar as despesas criadas no funcionamento da "economia global" e de interdependência assimétrica. E o "amigo" emprestou quanto e como quis (em parceria troikulenta cheia de "amizade"). A juro compensador (e com fartas despesas pagas pelos "auxiliados") e condições leoninas e anti-sociais. Cumpridas essas condições (os trabalhadores e pensionistas que o digam), verifica-se que os juros "do mercado" são mais baixos que os juros "de amigo", pelo que, feitas as contas, compensaria mudar de emprestador. É possível? Vamos a ver... Depende de tanta coisa, e o processo de autorização de antecipação do pagamento é lento. E é aproveitado para impor mais condições na linha das anteriores. Aliás, não é ousado dizer que o "empréstimo amigo" (e a autorização para antecipar o seu pagamento!) existe como peça de uma armadilha para impor as tais condições. E, de caminho, para ganhar uns juros chorudos e pagar uns volumosos ordenados e deslocações dos "fiscais" da avaliação das condições. Sempre em crescendo.
Até quando? Com tanta coisa a mexer, nada é certo, a raiva cresce e a esperança multiplica-se. Mas cuidado com as initações, perdão, com as ilusões!

1 comentário:

Olinda disse...

Podem mudar os emprestadores,mas os de baixo,vao continuar a serem esbulhados.Mudanca sô com uma polîtica patriôtica e de esquerda.

Bjo