Acabada a guerra de 1939-45 foi como se voltasse a luta de classes que se interrompera para travar a a barbárie na Europa. Ou, melhor dizendo, a União Soviética (o povo e o exército da classe operária no poder) teve força para se erguer e impedir que a guerra provocada pelo nazi-fascismo ficasse, na História, como a derrota do nazi-fascismo pela barbaridade dos seus “excessos”… mas depois deste ter ganho na frente leste e, assim, derrotado o sistema político e social implantado na Rússia, emergente e resistente a uma guerra civil, a um cerco feroz e a agressões múltiplas (o bebé que teria sido necessário abafar no berço, como afirmara Churchill no começo da sua carreira de deputado que o levou à intangível mitificação).
O facto que fica para a História é que os Aliados ganharam a guerra, e os Aliados eram 4, mas divididos em 3 – os Estados Unidos, a França, o Reino Unido – e mais 1 – a União Soviética. O que contribui para colocar todas as limitações ao vero significado de palavras como Aliados.
Ora, retomando…, acabada a guerra de 1939-45, e ainda antes dela acabada, começaram a dividir-se claramente as águas entre os Aliados. Partidos e sindicatos de classe, movimento operário e social tomaram o poder em vários países e, noutros, impuseram uma correlação de forças que levou à conquista de direitos sociais há muito reivindicados. Do lado do capital tinha de haver reacção, havia que impedir que o Exército Vermelho viesse a piquenicar nos Champs Elysées.
Para essa reacção quase só se podia contar com os Estados Unidos, que tinham saído pletóricos do conflito. Por isso, Bretton-Woods, Plano Marshall, NATO (1949) e outras iniciativas bombeirais para o mundo ocidental. E, mais para os extremos orientais, a guerra da Coreia, a divisão desta em duas pelo paralelo 48º.
Nesta senda, a 27 de Fevereiro de 1953, faz hoje 62 anos, foi assinado um acordo em Londres que tem o maior significado. 20 países decidiram perdoar mais de 60% da dívida da República Federal da Alemanha entre eles Grécia, Irlanda e Espanha. O tratado, assinado em Londres, foi determinante para o país se tornar numa grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria contra a antiga União Soviética eos Estados que a ela se foram juntando ou aliando pontualmente como “não-alinhados”.
O acordo assinado em Londres foi determinante para a RFA se tornar numa grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria. Na fronteira de República Democrática Alemã, onde se incluía a cidade-chave de Berlim, menos a zona de ocupação dos ”aliados ocidentais”.
O perdão da dívida foi, na prática uma extensão e reforço das ajudas financeiras directas do Plano Marshall e permitiu à R.F.A. reduzir a dívida criada antes, durante e depois da chamada 2ª Guerra Mundial. Segundo o historiador belga Eric Toussaint, presidente do “Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo”, "O acordo estabeleceu a possibilidade [por parte da R.F.A.] de suspender pagamentos e renegociar as condições caso ocorresse uma mudança substancial que limitasse a disponibilidade de recursos", . A R.F.A. beneficiou ainda de uma medida excepcional que, em alguns casos, permitiu reduzir taxas de juro cobradas ao país em cinco pontos percentuais.
Outro historiador, o alemão Albrecht Ritschl, confirmou que existiu de facto um perdão de dívida gigantesco ao país, que no caso do credor Estados Unidos foi quase total. "Em 1953, os Estados Unidos ofereceram à Alemanha um haircut, reduzindo o seu problema de dívida a praticamente nada", (entrevista à revista Spiegel, em 2011).
Assinaram o "acordo sobre as dívidas externas alemãs" com a R.F.A. os seguintes países: Bélgica, Canadá, Ceilão, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Irão, Irlanda, Itália, Jugoslávia, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Paquistão, Suécia, Suíça, Reino Unido, República da África do Sul,.
2 comentários:
Perante o reconhecimento,pelos povos de todo o mundo, do heroîsmo do povo Soviêtico,o capitalismo tremeu e usou todos os meios para se tornar forte ,e esta solidariedade destes paîses com governos reacionârios,ä Alemanha Federal,foi mais uma estratêgia para o efeito.Aliâs,solidariedade,ê um valor de esquerda.Diria antes,polîtica de interesses.
Bjo
Acontecimentos longínquos ,que a maior parte de nós desconhece.
É bom ter alguém, que nos desperte...
a curiosidade do saber estar informado!
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