"Ouver" estes fulanecos que nos dirigem (e
representam!) causa náuseas. E não só no estomago, em todos os aparelhos
circulatórios e/ou encefálicos. É inadmissível o modo como as "instituições"
("europeias", intra-"europeias" - BCE - para(lá da)-U.E., o
FMI) tratam a questão da dívida e dos "mercados", agora no caso do
Estado-membro Grécia. Chega a espantar tanto despudor. Para mais, sabendo-se
que há, entre esses senhorecos (e senhorecas, há que desonrar o género), uns
tantos/as que mais podem e que, desde sempre, consideraram que a Grécia (e Portugal e a
Irlanda... já não afirmo a Espanha) estavam a mais na moeda única.
O caso é que, estando lá estes, há que fazer pagar, aos
respectivos povos, o facto de lá estarem e, como já eram economicanente atrasados, mais
atrasados têm de ficar. Divergentes (como se diz...), à revelia do que se
afirmou em promessa. São só contradições e mentiras,mentiras e ludibrios que nascem de não serem
suportáveis as contradições próprias do sistema. Quanto muito conseguem adiar-se as roturas. Com as
consequências sobre os ombros e o imo dos mais fracos.
Depois de terem esperado que houvesse uma atitude
não-negociadora por parte dos eleitos (pelos) gregos, a imposição da extensão da troikulenta ajuda - com algumas flexibilidades (quais as que viessem a negociar/conceder)... - só merece qualificativos mais duros que
chantagem e prepotência.
Tentado por uma certa "moda", dá vontade de dizer "eu sou grego", acrescentando que, se grego fosse,
provavelmente não teria votado no Syrisa.
E há que falar seriamente de coias sérias.
Para quem ainda se quiser informar, e ainda no quadro de "saídas" dentro do sistema de relações de produção, há que lembrar que a dívida
num Estado soberano (mesmo que provisoriamente desprezada essa soberania) não é
só externa, que a dívida externa não é só pública (e em muitos casos é - ou era
- a menor parte da dívida externa). Daqui ser animador começar a ouvir vozes
dissonantes do que se pretendia consensual. É animador "ouver" R.
Pais Mamede dizer que há que negociar com os credores mas que há, também que
estruturar a dívida externa e ver como ela foi sendo transferida de
particulares (empresas, como bancos), que a empolaram, para dívida pública, a
pagar pelos cidadãos conhecidos por contribuintes; como é ler Stiglitz escrever
sobre reestruturação (não foi, decerto, erro de tradução): "Não é a
reestruturação da dívida, mas a sua ausência, que é imoral. Não esiste nada
particularmente especial sobre os dilemas da Grécia".
Como se irá ver!
Em Setembro do ano passado, retomando muitos
escritos anteriores (alguns por aqui), disse: "Continuando
a década anterior, de ilusão e de criação de condições, os anos deste século
foram desastrosos economicamente. Há que pôr fim ao desastre! Como? É a pergunta mais próxima da que fazer? Há 20 anos que
estou convicto que, estrategicamente, seriamos incómodos na moeda única mas
que, uma vez estando nela, essa presença foi aproveitada como peça da armadilha
encarregada de nos corrigir de descaminho a que nos levara o 25 de Abril.
(...) Faz-se alguma confusão com os verbos renegociar e reestruturar. Há
que renegociar a dívida
pública, e há que reestruturar
a dívida externa, quer numa quer noutra acção (verbalizar é agir) há que
ter em particular atenção o controlo da circulação de capitais sob a forma de
dinheiro, e desmistificar fórmulas falaciosas de capitalismo controlador,
putativo sucessor de um capitalismo
regulador cuja evolução
recente tem episódios que são reveladores do que tem sido sempre visto (por nós)
como inevitável fracasso (sendo uma consensualidade que não se pode pagar uma
dívida com uma política que a faz crescer)."
2 comentários:
"não se pode pagar uma dívida com uma política que a faz crescer"?
- o pior não é pagá-la, é de para a ir pagando ter de ser com dinheiro emprestado!...
um abraço em dívida
Nao percebo nada de economia.Sô sei,que quanto mais pagamos mais devemos Nao ê dîvida externa,ê dîvida eterna.
Bjo
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