Se há coisa com que francamente embirre (para começar assim o dia e a escrita…) é com aquela “condescendência” ou
prevenção que abre uma concordância nos termos de: apesar dele ser quem é, ou não que
concorde com as ideias dele mas…, ou não obstante a minha frontal oposição
ao que ele pensa, ou embora seja bem conhecido o que nos separa, desta vez…, ou sendo eu PSD (ou PS), como todos sabem, não posso deixar de dizer que…, ou é
evidente que não sou de esquerda, e muito menos comunista, mas esta posição, e etc-e-tal…
Fico piurso com o “elogio” que se segue a essa abertura, a mim ou ao que sou, e com vontade de
dizer o que a “boa educação” me não permite como: ... mas... ó sua besta, você tem
necessidade dessa prevenção quando o feito ou o dito é de outros do seu “gang” ou
não é de comunistas ou do Partido destes?... meta o elogio onde eu estou a pensar!
Agora foi o conhecido cronista do Expresso Henrique Monteiro que veio dizer, a abrir (http://expresso.sapo.pt/viva-o-pcp-e-o-bloco-e-e-dito-do-coracao=f909541), "Se por acaso alguém muitíssimo distraído ainda
não reparou que nada tenho a ver com o PCP e com o BE eu digo que, de facto,
não tenho (…)".
Que fique descansado!
Ele e os outros.
É como se dissessem: reafirmamos que os comunistas nunca têm
razão, mas quase sempre têm razão e, às vezes, não podemos deixar de lhes dar razão
mas sempre reafirmando que nunca têm razão.
Já agora... também não gosto – embora seja um outro “não gostar” – quando, do nosso lado da vida, há um comportamento e dizeres aparentemente simétricos – aparentemente… até porque
não há simetrias. Quando o inimigo (de classe) toma posições positivas ou razoáveis,
a nosso critério, não há que as combater, enquanto tais, por deles serem as posições, mas sim que as localizar
– no tempo e no espaço – e que as valorizar, como reflexos de uma correlação de forças
e de uma luta que só pode continuar. Até porque começou muito antes de nós e depois de nós continuará.
2 comentários:
Começaste muito bem o dia:-))))
O texto é excelente!
"Nada tem a ver" claro... ele não consegue ver, não vê.
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