quinta-feira, abril 28, 2011

Reflexões lentas e anexas

A par (e passo) do que aqui for publicando sobre a iniciativa do Tribunal Constitucional, e a minha intervenção, vou deixando umas reflexões.

Não tendo podido ler, atempadamente, o texto do governador do Banco de Portugal por forma a poder, seriamente, comentá-lo, acompanhei a sua leitura (e acrescentos) pelo texto que me chegara na véspera, e sublinho três aspectos. Para reflexão.



  1. Há, em toda a evidência, uma campanha para se incluir, em textos constitucionais, ou de textos que a constituição se assemelhem, uma regra que imponha um limite máximo, expressso num número, para o défice orçamental. O que, na minha concepção (leiga) de texto constitucional, é um perfeito absurdo. Que se diga, em texto constitucional, que se deve procurar um equilíbrio orçamental e se exija transparência nas contas públicas, parece-me certíssimo, mas que, aqui e na Alemanha e na França e em Chipre e onde for, se constitucionalize, para todos, um mesmo número (de 3%) é quase ridículo.


  2. Por outro lado, são os maiores defensores do neo-liberalismo que o defendem, contraditoriamente com a sua cega (mas com evidentes contradições com a realidade) defesa da "livre iniciativa" e da regulamentação mais flexível, ou tão flexível que nem exista.


  3. Por último, nesta reflexão a partir do que ouvi ao mesmo tempo que lia, acho muito significativo que o texto do governador do BP não use a palavra trabalho, trabalhadores, povo, cidadãos, mas que escreva e fale de eleitores e contribuintes. Ao fim e ao resto, aquilo a que nos querem reduzir, tirando uma "nata" de decididores e seus servidores.

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Querem reduzir-nos a números, mas pagantes. Uma vergonha tanta mentira e tanta contradição!!!!!

Um beijo.

samuel disse...

"não use a palavra trabalho, trabalhadores, povo, cidadãos"

As pessoas "finas" não falam de coisas dessas em público... :-)))

Abraço.

GR disse...

Trabalhador = Colaborador
Força de Trabalho = Desempenho
Bajulador = Líder informal
Despedir = Dispensar
Falência = Insolvência
Patrão = Líder formal
Mete nojo, tanta falta de RESPEITO pelo OPERÁRIO e pelo POVO.
Gostava de ter assistido.

Bjs,

GR