quarta-feira, julho 18, 2012

O "troféu" mistificador na falácia do "país no bom caminho"!


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O governo decidiu apresentar como troféu o alegado equilíbrio da balança comercial. Uma subida das exportações de mercadorias de 9% e uma descida das importações em 5,6% face ao período homólogo, deram campo para reproduzir até à exaustão a tese do “país no bom caminho”.
2 - Na verdade os valores das exportações apresentados – mantendo um perfil assente em produtos de baixo valor acrescentado - não traduzem uma qualquer consolidação, e muito menos, um pujante dinamismo do aparelho produtivo português. Resultam, isso sim, de uma significativa desvalorização do Euro face ao Dólar de 13,5% ao longo do último ano – confirmando todos os efeitos negativos que um Euro sobrevalorizado face à economia portuguesa teve ao longo destes anos – a par de um aumento excepcional das exportações de “combustíveis minerais” de 42,5% aproveitando a capacidade disponível das refinarias e a redução da procura interna, assim como, do incremento da exportação de outras mercadorias, numa lógica de empobrecimento do país, como o ouro, as pedras e outros metais preciosos que registaram uma saída superior a 356 milhões de euros - mais 78,6% do que no ano anterior - e quando, a título de exemplo, o valor das saídas destes mesmos bens em todo o ano de 2007 se limitou a 6,9 milhões de euros. No fundo, são as poupanças de toda uma vida de milhares de portugueses que estão a ser extorquidas pelo agravamento da situação económica e social.
Quanto à redução das importações, ela é sobretudo o reflexo de uma economia em profunda contracção e de um povo cada vez mais empobrecido que está a fazer cair a pique, quer o consumo, quer o investimento. Assim, diminuem as importações de bens alimentares e bebidas (-6,1%) – valor que aliás aparece em linha com a quebra histórica registada no consumo de bens alimentares pela população portuguesa - mas também de bens para a indústria (-5,9%), de máquinas e outros bens de capital (-8,2%). Uma significativa redução das importações com uma forte incidência nos chamados bens de equipamento, ou seja na reposição e modernização da capacidade produtiva do país, cujas consequências irão ser pagas no futuro.
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5 comentários:

samuel disse...

Em cheio!!!

Abraço.

José Rodrigues disse...

Não deve ser verdade.Não passou na RTP, serviço público,em horário nobre...!?


Abraço

Antuã disse...

Um espanto!...

Graciete Rietsch disse...

Quer dizer aquilo a que chamam bom caminho resulta do empobrecimento do país. E ainda se vangloriam!!!!

Um beijo.

trepadeira disse...

Não podia ser melhor explicado.

Não se pode esperar de exploradores,ladrões,aldrabões,cínicos e lacaios,alguma vez tivessem,um laivo sequer,um resquício de honestidade,mesmo que só,de análise.

Um abraço,
mário