sexta-feira, maio 10, 2013

1º de Maio - de que nunca se falará o suficiente


A história deste 1.º de Maio

A história deste 1.º de Maio é feita em primeiro lugar de alegria, de determinação, de coragem, das centenas de milhares que, por todo o país, responderam à convocatória da CGTP/IN e vieram para a rua dizer basta. É feita das reivindicações, muitas, de todos os sectores, dos salários e das pensões, dos horários, dos direitos e dos serviços públicos. É feita da força dos punhos fechados e dos braços entrelaçados. É feito de cores, mil, dos cartazes e das bandeiras, das faixas e dos autocolantes e do vermelho, vivo, sempre, dos cravos que em Abril se abriram e em Maio se revigoram.

A história deste 1.º de Maio é, pois, feita da confirmação de que há forças, e que a primeira delas é a da classe operária, para prosseguir a luta por uma vida melhor, forças em que, às vezes, se descrê, tal a dimensão da ofensiva dos nossos inimigos de classe.

A história deste 1.º de Maio é feita da tentativa de apoucamento dessa força, tão gritante nas capas dos principais diários do dia seguinte e na foto desse Público que faz a antítese do que elas foram. Foram de massas? Publique-se então a foto de uma senhora sozinha com a sua bandeira. Foram marcadas pelas dezenas de iniciativas da CGTP/IN? Chame-se à primeira página a bandeira da UGT, na única acção que realizaram.

A história deste 1.º de Maio é feita dos «clichês» do costume, como os da peça da RTP que, escondendo os milhares de jovens que ombreavam com muitos outros País fora, fala de velhos e de que os jovens não se mobilizam...

A história deste 1.º de Maio é feita de muitas histórias e, em Guimarães, foi feita da alegria de vermos de novo o Largo do Toural completamente cheio, após dois anos de ausência, primeiro por causa das obras de remodelação daquela praça histórica, depois por causa das manobras do PS, na Câmara Municipal, que tentou impedir (e o ano passado impediu mesmo), que os trabalhadores ocupassem aquele espaço que é seu desde sempre. O PS (usando o pretexto de que as pedras do largo não aguentariam a montagem de palcos e outras estruturas), como sempre, confirma neste 1.º de Maio onde quer estar, mas, como sempre, encontrou pela frente a determinação de quem trabalha e a vontade de dar ao seu dia, o dia do Trabalhador, a dignidade que ele merece.

Nada de novo, e tão actual.

João Frazão

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