quinta-feira, maio 02, 2013

Ele há "rumos" e há UM RUMO!



N.º 2057 
2.Maio.2013



  • Ângelo Alves


Velho «novo rumo»

Reconheça-se: O XIX Congresso do Partido 
Socialista foi um notável espectáculo mediático. 
Mas nem isso conseguiu esconder a sua 
verdadeira essência. Desde a abertura até ao
 seu encerramento o Congresso do PS foi 
acima de tudo um acto de equilibrismo político 
– externo e interno –, de contradição política e, 
não raras vezes, de demagogia e verbo fácil. 
O PS queria sair de Santa Maria da Feira 
com a «marca» «novo rumo», era esse o guião 
que passou pelo «pedido» de uma maioria 
absoluta e pela apresentação de propostas 
concretas.

E aqui começa a profunda contradição política 
do conclave socialista. É que se se fala de 
maioria absoluta, pressupõe-se que se defende
eleições, que se é oposição e que se quer 
governar o País. Pois, mas para o PS não é 
bem assim! 
O PS quer uma maioria absoluta, certo, 
mas não é pra já! 
As expressões «eleições antecipadas» ou 
«demissão do Governo» foram palavras proibidas 
nos discursos do Europarque. Ficamos portanto 
com um «pedido» de uma maioria absoluta 
que não o é assim tanto, numas eleições 
que claramente o PS não deseja para já.

Mas a mais grave contradição deste congresso 
reside no real conteúdo do tal «novo rumo». 
As «propostas concretas» mais não foram 
do que  uma forma de ocultar 
o real rumo estratégico. 
E esse, rumo, o velho rumo do PS, está 
bem patente na reafirmação dos 
«compromissos internacionais 
e com a União Europeia» – leia-se 
pacto de agressão das troikas; 
na defesa do «salto federal» na 
União Europeia – leia-se apoio ao actual rumo 
da União Europeia e a todas as suas políticas; 
na profissão de fé face ao euro e na defesa 
da «austeridade que não a dos cortes cegos» 
– leia-se o regresso à linha política dos PEC 
do governo Sócrates e o apoio as medidas 
tomadas até agora pelo Governo PSD/CDS.

O PS quis sair da Feira com um «novo rumo», 
 afirmando-se como «alternativa». 
Mas sai do seu Congresso com um problema: 
É que aquilo que apresentou mais não é 
do que uma alternância encampotada 
e travestida  de uma alternativa à medida 
das próprias contradições internas do PS. 
E o problema do PS é que os trabalhadores 
e o povo irão perceber isso.
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Acrescente-se, 
a esta pertinente opinião.
que rumo é vocábulo recorrente
no léxico político português.
Houve a "linha de rumo",
de Ferreira Dias, no pós guerra,
afogada no fascismo,
e há, agora, 
este mediático (e a cheirar a mofo) 
"novo rumo"
No meio (e sempre!)
há o nosso RUMO À VITÓRIA!

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

É com o nosso"Rumo à Vitória" que a alcançaremos.

Um beijo.