O PSD cumpre hoje 39 anos sobre a sua fund
António Capucho diz ver “com enorme tristeza” a passagem deste 39.o
aniversário. “Este é o primeiro ano em que estou completamente afastado da
militância. Suspendi a minha militância”, refere ao i, sublinhando que
as próximas autárquicas trarão outra experiência inédita - “É a primeira vez que
não vou votar no meu partido”. E será repetida nas legislativas se Pedro Passos
Coelho se recandidatar: “Nesta equipa não voto de maneira nenhuma”.
Para o antigo presidente da câmara de Cascais há neste momento, no PSD, “uma
verdadeira barragem à discussão de ideias” causada por um “conjunto de pessoas
que tomaram conta das estruturas internas e afastaram os militantes que possam
divergir”. “Há uma oligarquia que tomou conta do poder, as distritais não servem
para nada, o partido está completamente dominado pela estrutura liderada pelos
companheiros de aventura do dr. Passos Coelho e do dr. Miguel Relvas, que hoje está
alapada no poder”, critica o social-democrata.
Miguel Veiga aponta na mesma direcção: “Não me revejo actualmente no PSD,
designadamente no aparelho que está à frente do partido e que comanda os seus
destinos. Este era um “declínio que se desenhava já antes deste governo”,
ressalva, mas para voltar a apontar baterias ao actual PSD – “Este aparelho
precipitou tudo para além de limites absolutamente inaceitáveis”. “É preciso que
um certo aparelhismo do partido ceda o lugar a outros, a gente com outras
convicções e outra postura política”, adverte o histórico social--democrata. “Ou
há uma inversão do caminho ou vamos de mal a pior”, vaticina Miguel Veiga.
Carlos Encarnação entende que o PSD está perante “um momento absolutamente
essencial”: na situação em que o país se encontra, e tal como aconteceu com
partidos de identidade semelhante, é preciso que o PSD defina “se mantém a
matriz social-democrata ou se prefere abandoná-la e governar a todo o
custo”.
O imperativo de levar Portugal a superar a actual crise renega a dimensão
política das opções tomadas para segundo plano, dando-se primazia a “soluções
imediatistas e que descaracterizam o partido”, considera Encarnação. Um período
sem paralelo nos 39 anos de história da social-democracia portuguesa. Nem mesmo
nos anos do Bloco Central, em que “a situação foi contida”.
É confrontado com a realidade dos últimos dois anos que o fundador do PSD
atira: “Não era isto que eu esperava que este governo fizesse, não era isto que
o PSD no governo devia fazer”.
António Capucho sustenta que “se houvesse uma luz ao fundo do túnel valia a
pena. Assim é trágico”. Este é um dos pontos em que considera o partido
irreconhecível face aos primeiros anos: “Francisco Sá Carneiro era alguém que
nos fazia acreditar no futuro do nosso país”. É isso que pede para o 40.o
aniversário, no próximo ano, com o PSD e o governo em outras mãos: “Tudo farei
para que esta situação se altere, para que o Presidente da República
intervenha.”
Em política,
a este nível de personagens,
não há cena mais constrangedora
que a dos desiludidos...
que só o são porque houve tempo
em que se iludiram, iludiram outros
e abriram as portas ao contrário
do que, iludida mente, defendiam!
3 comentários:
Ou como diria Santana Lopes:
"É uma má altura para ser do PSD e do Sporting"
Até me vêm as lágrimas aos olhos!
Bom post Camarada,
Abraço do Jorge
E que propostas apresentam eles para inverter a situação? Mudos e quedos até hoje e, agora, apenas palavras.
Um abraço.
Sô agora ê que o "tio" estâ desiludido?
Um beijo
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