segunda-feira, maio 06, 2013

A PAZ, a as agressões, a Síria



Conselho Português para a Paz e Cooperação
Rua Rodrigo da Fonseca, 56 – 2º 1250 -193 Lisboa, Portugal

Tel. 21 386 33 75 / Fax 21 386 32 21 e-mail: conselhopaz@cppc.pt


Ataque de Israel à Síria

A verdadeira face da agressão 

contra o povo sírio

 O Conselho Português para a Paz e Cooperação condena veementemente os ataques do exército israelita à Síria, que constituem uma inaceitável agressão à soberania e ao povo sírio, uma flagrante violação do direito internacional e o mais completo desrespeito pelos princípios da Carta da Nações Unidas.
Esta nova agressão de Israel à Síria vem mostrar que o que está efectivamente a acontecer na Síria é uma guerra de agressão instigada, fomentada e apoiada do exterior, nomeadamente pelos EUA, a França, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, e os seus aliados na região, como Israel, a Turquia, a Jordânia e as ditaduras do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita ou o Qatar.
Estes ataques vêm ainda mostrar o desespero daqueles que, confrontados com o facto da táctica de desestabilização da Síria – fomentando a dissensão interna e armando os grupos terroristas que atacam este país – não estar a atingir o objectivo de derrubar o Governo sírio, procuram, agora, através da provocadora agressão militar directa, escalar o conflito para justificar uma intervenção militar estrangeira de grande escala.
O ataque de Israel contra a Síria confirma que Israel é um foco permanente de guerra, agressão e ocupação contra todos os povos da região. Israel comporta-se como o instrumento e principal aliado da estratégia de tensão e guerra dos EUA no Médio Oriente. Israel viola da forma mais ostensiva os direitos dos povos do Médio Oriente, com a ilegal ocupação da Palestina, de territórios da Síria (os Montes Golã) e do Líbano (as Quintas de Shebaa) e as sucessivas agressões contra os países, como o Líbano, o Iraque e agora a Síria.
O apoio que a Administração Obama deu a estes ataques de Israel à Síria desmascara a farsa que é a política externa dos EUA, quando afirma defender o direito internacional e os direitos humanos.
A grave evolução da situação no Médio Oriente tem demonstrado ter nos EUA a sua principal força desestabilizadora, que tem o plano de reconfigurar e recolonizar toda uma região – que denomina por "Grande Médio Oriente" – a fim de explorar os seus recursos. Todos os países que resistem às intenções de domínio dos EUA na região são alvo de agressões que visam a debilitação ou, mesmo, a fragmentação dos seus Estados, como aconteceu com o Iraque e a Líbia ou acontece, agora, com a Síria, sem esquecer as sanções e ameaças contra o Irão.
Tendo presente o sofrimento já infligido aos povos do Médio Oriente e alertando para os riscos imprevisíveis de uma escalada do conflito na Síria, o Conselho Português para a Paz e Cooperação:
- Exige o fim da agressão externa à Síria;
- Exige o fim das acções de ingerência, da militarização do conflito e do boicote a qualquer esforço e tentativa de solução negociada e política do conflito na Síria, pelas potências ocidentais e seus aliados na região;
- Exige o fim das sanções contra a Síria, cujas primeiras vítimas são a sua população;
- Exige do Governo português, em consonância com a Constituição da República Portuguesa, a clara condenação dos ataques de Israel à Síria;
- Apela, no espírito e respeito da Carta das Nações Unidas, ao diálogo, à negociação e à diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos na região;
- Considera que todos os povos, incluindo o da Síria, têm o direito a viver em paz e em democracia e a determinar o seu presente e futuro, livre de quaisquer ingerências e de acordo com as suas decisões soberanas.

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