Conselho
Português para a Paz e Cooperação
Rua Rodrigo
da Fonseca, 56 – 2º 1250 -193 Lisboa, Portugal
Tel. 21 386 33 75 / Fax 21 386 32 21 e-mail: conselhopaz@cppc.pt
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Ataque de Israel à Síria
A verdadeira face da agressão
contra o povo sírio
Esta nova agressão de Israel
à Síria vem mostrar que o que está efectivamente a acontecer na Síria é uma
guerra de agressão instigada, fomentada e apoiada do exterior, nomeadamente
pelos EUA, a França, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, e os seus aliados na região,
como Israel, a Turquia, a Jordânia e as ditaduras do Golfo Pérsico, como a
Arábia Saudita ou o Qatar.
Estes ataques vêm ainda
mostrar o desespero daqueles que, confrontados com o facto da táctica de
desestabilização da Síria – fomentando a dissensão interna e armando os grupos
terroristas que atacam este país – não estar a atingir o objectivo de derrubar
o Governo sírio, procuram, agora, através da provocadora agressão militar
directa, escalar o conflito para justificar uma intervenção militar estrangeira
de grande escala.
O ataque de Israel contra a
Síria confirma que Israel é um foco permanente de guerra, agressão e ocupação
contra todos os povos da região. Israel comporta-se como o instrumento e
principal aliado da estratégia de tensão e guerra dos EUA no Médio Oriente.
Israel viola da forma mais ostensiva os direitos dos povos do Médio Oriente,
com a ilegal ocupação da Palestina, de territórios da Síria (os Montes Golã) e
do Líbano (as Quintas de Shebaa) e as sucessivas agressões contra os países,
como o Líbano, o Iraque e agora a Síria.
O apoio que a Administração
Obama deu a estes ataques de Israel à Síria desmascara a farsa que é a política
externa dos EUA, quando afirma defender o direito internacional e os direitos
humanos.
A grave evolução da situação
no Médio Oriente tem demonstrado ter nos EUA a sua principal força
desestabilizadora, que tem o plano de reconfigurar e recolonizar toda uma
região – que denomina por "Grande Médio Oriente" – a fim de explorar
os seus recursos. Todos os países que resistem às intenções de domínio dos EUA
na região são alvo de agressões que visam a debilitação ou, mesmo, a
fragmentação dos seus Estados, como aconteceu com o Iraque e a Líbia ou
acontece, agora, com a Síria, sem esquecer as sanções e ameaças contra o Irão.
Tendo presente o
sofrimento já infligido aos povos do Médio Oriente e alertando para os riscos
imprevisíveis de uma escalada do conflito na Síria, o Conselho Português para a
Paz e Cooperação:
- Exige o fim da agressão
externa à Síria;
- Exige o fim das acções
de ingerência, da militarização do conflito e do boicote a qualquer esforço e
tentativa de solução negociada e política do conflito na Síria, pelas potências
ocidentais e seus aliados na região;
- Exige o fim das sanções
contra a Síria, cujas primeiras vítimas são a sua população;
- Exige do Governo
português, em consonância com a Constituição da República Portuguesa, a clara
condenação dos ataques de Israel à Síria;
- Apela, no espírito e
respeito da Carta das Nações Unidas, ao diálogo, à negociação e à diplomacia
para a resolução pacífica dos conflitos na região;
- Considera que todos os
povos, incluindo o da Síria, têm o direito a viver em paz e em democracia e a
determinar o seu presente e futuro, livre de quaisquer ingerências e de acordo
com as suas decisões soberanas.
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