segunda-feira, maio 27, 2013

Berlim e o muro – 1 de 2

Berlim é uma cidade especial. Todas o serão, por serem criação humana, cada uma plasmando séculos de convivência e cultura. Por terem a sua história. E se Berlim tem história...
À minha conta, como já aqui escrevi, visitei-a como militante do movimento da Paz (antes e depois de 1974), integrado numa delegação conjunta do Governo/MFA, em Maio de 1975, como deputado no Parlamento Europeu, já nos anos 90, agora (em  2013) com o estatuto (?) de turista.
Em Berlim respira-se, sente-se, o peso da sua história. E há um muro sempre presente. No mostrado e no dito, no não-dito ou no insinuado. Berlim “é” a cidade do muro, e o muro “é” de Berlim, quando Berlim era e é cidade antes e para além do episódio do muro, quando havia muros em outras cidades antes de Berlim ter um, e continua a haver muros a dividirem cidades e países, sem serem o que houve em Berlim de 1961 a 1989.
Porquê esta aparentemente umbilical ligação de duas palavras? O que separou o muro em Berlim?
É preciso saber-se (e dizer-se!) que, no final da guerra, as conferências de Ialta e de Potsdam decidiram a ocupação do país derrotado pelos “aliados”,

E que, em 1949, foram criados dois Estados, a RFA, nas zonas desde o final da guerra sob controlo dos três “aliados” capitalistas – EUA, RU e França – e a RDA, na zona desde o final da guerra sob controlo da União Soviética, com 15 distritos e a capital em Berlim (15º distrito), onde os EUA, o RU e a França mantiveram a ocupação (ou não desocuparam) a parte da cidade sob seu controlo. 









Ou seja, num Estado reconhecido e membro das Nações Unidas, a República Democrática Alemã, o muro veio, em 1961, separar uma parte da sua capital, Berlim ocupada (ou não desocupada) por três outros Estados, do resto do seu território, como uma fronteira física, real, depois de 12 anos de coexistência sem se regularizar a insólita (é o menos que, objectivamente, se pode dizer) situação.










Esta é a História (resumidíssima...)! Sem juízos e contra os pré-juízos…

O "muro de Berlim" foi sendo tornado uma “marca”, um ar que se respira, um motivo turístico, com informação explícita, conotada ou insinuada.


Muito se poderia acrescentar e contar mas, para encerrar a série de notas e apontamentos a partir da última visita a Berlim, apenas se deixará mais um “post”... talvez amanhã. 

2 comentários:

Justine disse...

Tudo claramente explicado e cristalino, para quem quiser entender...

Olinda disse...

O verdadeiro "muro de Berlim",estâ na diferenca de atitudes dos Berlinenses.O crescer e o evoluir do nazismo na Alemanha,ê preocupante para todos os anti-fascistas no mundo.Em Berlim-Oeste,o partido nazi,sempre foi apoiado pelos governantes,pelo EUA,Franca e Gra-Bretanha,contrariando os acordos de Postdam.

Um beijo